Mulher: Força e Fé
A mulher no plano de Deus
Disse Jesus: “Se estes se calarem, as pedras gritarão...” É um fato. Ao longo dos séculos, a sociedade político-religiosa tentou, de diversos modos, silenciar a voz das mulheres para que elas não assumissem a graça da sua condição de criatura Divina. Todavia, os ecos de suas vozes, gritos, clamores por justiça e dignidade superaram a mordaça da opressão milenar. O preconceito da sociedade patriarcal vem renegando o projeto de Deus em relação à humanidade, quando não identifica a mulher como imagem e semelhança do Senhor. Não se pode negar que Deus criou homens e mulheres com a mesma dignidade de pessoa humana.
A própria religião não teria sustentação se as mulheres não fossem perseverantes na fé e na resignação. No plano humano, elas são os pilares mais importantes de nossa Igreja desde os primórdios do cristianismo. No plano Divino, fica evidente que o Criador não considera a mulher de modo algum inferior ao homem, uma vez que ambos são obras prima de sua mão. A prova disso acontece quando nas missões mais importantes para humanidade, Deus, em diversos cortes da história humana, apresenta uma mulher como personagem principal de suas intervenções em favor da vida. Se observarmos a história judaica, muitas mulheres tais como: Sara, Rebeca, Raquel, Ester, Judith e Ruth tiveram papel importantíssimo em favor de seu povo e defenderam sua fé e seus costumes com heroísmo.
Para cumprir sua promessa de salvação o Senhor escolheu uma mulher simples, porém, de muita fibra: Maria. Em Maria, Deus resgatou a dignidade da mulher como pessoa importante para realização do seu projeto de redenção humana. E ela aceitou a missão porque creu em Deus e, Nele, depositou sua confiança; por causa dela, a história e as civilizações passaram por grandes transformações. Deus confiou em uma mulher para educar seu filho único e, Ele, por sinal, em muitas ocasiões, demonstrou ter herdado as características de sua mãe: Amor sem limites e respeito pela pessoa humana, principalmente pelas que sofriam injustiças. No círculo das amizades de Jesus havia muitas mulheres e todas eram tratadas igualmente com o mesmo respeito e consideração que ele tratava aos homens. Imitar a Cristo também é valorizar o ser humano mulher como imagem e semelhança de Deus.
Maria, a Mãe de Jesus, foi escolhida para ser elo entre a humanidade e o Criador. Entretanto, o homem tem caminhado na contramão da vontade do Senhor, quando inferioriza a mulher. Jesus Cristo, em diversos momentos dos Evangelhos, demonstra o seu carinho e respeito pelas mulheres e convida aos seus seguidores que o imite em tudo para que a justiça de Deus seja completa. Infelizmente, faltou sensibilidade aos clamores do Salvador, porque ouvimos e não compreendemos. No plano Divino, não existe diferença de sexo e todos gozam da mesma dignidade e era exatamente isso que Cristo esperava de nós: o fim do preconceito e exploração para com as mulheres porque são filhas do Altíssimo.
Para a doutrina de Cristo, a dignidade da pessoa humana está acima dos valores e concepções convencionadas pela sociedade. Isso aconteceu em uma época na qual os costumes sociais inferiorizavam as mulheres de tal modo, que elas não tinham direito à individualidade; e nem poderiam definir-se como seres capazes de pensar, interferir, transformar e contribuir para construção de uma civilização mais fraterna, porque os valores éticos daquele período não concebiam a mulher como pessoa humana. Foi nesse contexto que Cristo apareceu na história da humanidade. Jesus disse: “...Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância...” De modo contraditório ao pensamento da época, Jesus jamais excluiu a mulher de seu projeto salvífico. Ele se colocou contra todas as convenções que excluíam a mulher como pessoa humana. No projeto de Jesus não havia diferenças entre mulheres e homens, exceto aquelas de caráter biológico (macho e fêmea). Todos os seres humanos têm direito à mesma condição de dignidade de filhos e filhas do Altíssimo. A forma carinhosa como Jesus tratava as mulheres de seu tempo causou estranheza aos próprios discípulos, mas eles não tinham coragem de questioná-lo.
Há demonstrações evidentes de que as mulheres têm mais sensibilidade para perceberem a presença de Deus e possuem maiores afinidades com o plano Divino. Ele tem se manifestado mais freqüentemente às mulheres e delas recebeu respostas afirmativas para a realização do seu projeto em prol da humanidade e a Mãe de Jesus sintetiza a sensibilidade e a coragem feminina. O seu sim mudou o rumo da história da humanidade e, em conseqüência, mudou, ainda que lentamente, a história das mulheres na sociedade. Salve! Maria, parabéns mulheres! Deus ama vocês de modo incondicional.
Silvanio Alves – Texto elaborado em 08/01/2003