VANGLÓRIA
"NÃO NOS DEIXEMOS POSSUIR DE VANGLÓRIA, PROVOCANDO
UNS AOS OUTROS, TENDO INVEJA UNS AOS OUTROS"
(Gál. 5: 26)
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Existe uma maneira de andar que é clara e bem definidamente assinalada, a qual precisa
caracterizar a conduta contínua do cristão, da mesma forma que ninguém é deixado
na dúvida quanto ao passo que devemos dar, quando estamos seguindo as pisadas
de outrem. Essa vida deve ser passada na produção dos vários aspectos do fruto do
ESPÍRITO SANTO, cuja origem é DEUS, conforme o exemplo sem-par que nos foi
deixado pelo Senhor JESUS CRISTO. Assim, a atitude de quem se orgulha e se gloria
em coisas vãs, como ocupar posição proeminente na igreja, o ser líder de alguma
facção, o mostrar-se orgulhoso por causa de alguma realização de natureza religiosa
ou não. É muito fácil atribuirmos um falso valor às coisas, como se elas fossem
preciosas, quando na realidade, elas não tem qualquer valia. Quando um indivíduo
qualquer se torna egoísta e se exalta sobre outrem, está descobrindo em si mesmo
valores inexistentes, vangloriando-se de algo que, segundo uma autêntica avaliação
espiritual, em nada se destaca. Essa vanglória é contrária a uma maneira de pensar
espiritualmente correta, porquanto somente CRISTO e as realidades divinas são motivos
em que um cristão deve gloriar-se:
"HUMILHAI-VOS, PORTANTO, SOB A PODEROSA MÃO DE DEUS, PARA QUE ELE, EM
TEMPO OPORTUNO, VOS EXALTE". (1 Pedro, 5:6).
Portanto, vinculando este versículo com o que o precede, a mensagem do apóstolo
pode ser sumariada como segue: "Que as obras da carne, que perturbam uma avaliação
espiritual apropriada, não vos domine. Se andardes no ESPÍRITO, tereis um senso de
valores corretos, que eliminará a vanglória ou a possibilidade de dardes grandes valor
a algo que realmente é vão, como a auto-exaltação ou a posição"
Existem honrarias mundanas, bem como honras no seio do cristianismo
que não são dignas da atenção de um homem espiritual, por mais atrativas que elas
sejam . Ora, o
apóstolo Paulo advertiu seus leitores originais para que vivessem pelo Espírito, no
âmbito do ESPÍRITO SANTO, a fim de que pudessem rejeitar as avaliações carnais sobre
as coisas. Por duas vezes, aos cristãos Coríntios, Paulo disse: "AQUELE QUE SE GLORIA,
CLORIE-SE NO SENHOR"(1 Co. 1:31 e 2 Co. 10:17) Todos os cristãos precisam
dessa admoestação.
Em sua epístola a Tito (Tito, 1: 7-10), o apóstolo afirma que o indivíduo orgulhoso não
deveria ser consagrado como ministro da Palavra, visto que o orgulho, conforme
Agostinho frisou, é a mãe de todas as heresias. Não existe vila, por pequena que seja,
que não contenha alguém que queira ser considerado mais sábio, ou melhor, do que
os demais. Aqueles que foram ferrados pelo orgulho usualmente são os que têm a
reputação de erudição ou sabedoria. Mas a vanglória não chega a ser tão prejudicial, em
uma pessoa particular, ou mesmo em uma autoridade civil, como o é em um ministro do
Evangelho. Quando o veneno da vanglória penetra na igreja, não se tem idéia da
confusão que isso pode provocar. Porém, apesar desse orgulho abominável ser tão
perigoso para a igreja, nada há de mais comum. A dificuldade que há, é que os
ministros são considerados pelo nosso inimigo maior como uma pedra de apoio para a
a fama e a glória pessoais; e é justamente nesse ponto que encontramos a semente
de todas as formas de dissensões...
O evangelho, entretanto, não existe a fim de nos engrandecermos. O Evangelho existe
a fim de exaltar a JESUS CRISTO e a misericórdia de DEUS. Oferece aos homens dons
eternos que não são realizações dos nossos esforços. Que direito temos nós de
receber louvor e glória pelos dons que não são de nossa autoria? Desejar a vanglória
é almejar por mentiras; pois quando alguém louva a outrem, profere mentiras. Porquanto
o que existe no homem que possa ser louvado? Porém, diferente é o caso quando o
ministro da Palavra é louvado. Deveríamos desejar não somente que os cristãos
louvassem ao ministério do Evangelho, mas também deveríamos nos esforçar ao
máximo para que o ministério seja digno de louvor, porquanto isso tornará o ministério
mais eficaz.
Por outro lado, é possível que o apóstolo também tenha incluído aqui a provocação
contra os fracos na fé para que praticassem coisas contrárias a seus escrúpulos, como
também a provocação causada pelo domínio que os cristão de tendência legalista
queriam exercer sobre os outros. As tendências legalistas levam os homens a ter
escrúpulos de certas coisas(plenamente permitidas pela liberdade cristã) sobre as quais
os cristãos não devem ter escrúpulos, visto que tal atitude só tende por escravizá-los.
De maneira geral, aqueles cristãos se provocavam mutuamente à dissensão. O desejo
pela vanglória produz esse resultado natural. Dessa forma, o presente versículo
(Gál. 5:26), denuncia o temperamento inclinado para a vanglória que os líderes de
partidos manifestam, e que se exteriorizava na forma de desafios mútuos e de má
vontade. A advertência que o apóstolo lhes dirige, atingiu diretamente os pontos
fracos do caráter nacional (dos Gálatas) - inconstância, vaidade e a disposição para a
contenda.
Por fim, o senso errado de valores, que leva à vanglória, não tarda a gerar ciúmes e
invejas. Essa é a atitude contrária do que nos é recomendado em Romanos 12:10,
"....PREFERINDO-VOS EM HONRA UNS AOS OUTROS", ou do que nos é ensinado na
mesma epístola aos Romanos, 12:16: "CONDESCENDEI COM O QUE É HUMILDE..."
Esse atitude de inveja também faz violento contraste com a atitude de JESUS CRISTO,
pois: "ANTES, A SI MESMO SE ESVAZIOU, ASSUMINDO A FORMA DE SERVO,
TORNANDO-SE EM SEMELHANÇA DE HOMENS; E, RECONHECIDO EM
FIGURA HUMANA" (Fil. 2:7)
FONTES
Bíblia Sagrada
Livro - N.T. Interpretado.
Wilson de Oliveira Carvalho