A MULHER DAS BODAS

Cada um tem sua vida

E faz dela o que quiser

O que vou contar agora

Retrata uma mulher

Que viveu a sua cruz

Abraçada com Jesus

E deu testemunho de fé

Não há mulher sem virtude

Também não há sem defeito

Não há quem seja perfeito

E jamais prevaricado

Só houve uma um dia

Foi a virgem Maria

Preservada do pecado

Também o Cristo Jesus

Por graça foi concebido

E sem pecado nascido

Da virgem Imaculada

De toda humanidade

Tomou sobre si a cruz

O Filho de Deus feito homem

Nasceu de uma mulher

Lá na gruta em Belém

Gerado em Nazaré

À sua glória eu canto

O Filho de José e Maria

É o Homem de Nazaré

Gerado pelo Espírito Santo.

Aquele que ama Jesus

Ama também Maria

Que a Ele deu à luz

Cumprindo a profecia

Ela é a Mãe do Messias

Mulher de todas as graças

E mãe de todas as raças.

“Quem é esta que sobe do deserto

Apoiada em seu bem-amado

É também muito amada

Onde em dores deu à luz

Ela abraçou a cruz

Por seu Filho abraçada”

(Can.8,5)

“Quem é esta que surge

Como aurora,

Bela como a lua

Brilhante como o sol,

Linda como lírio do campo

Que o perfume espalha

Temível como exército

em ordem de batalha”?

(Can.6,10}

Ela é temível porque

Deus disse ao inimigo

Dou a ti o castigo

De arrastar sobre o ventre

E tal qual uma serpente

Ferirás o calcanhar

Da MULHER que Eu criei

E tu jamais te esqueças

Que pisando em tua cabeça

Ela te esmagará

(Cf. Gen. 3,14-15)

“Porei ódio entre ti e a MULHER

Entre tua descendência e a dela

Quem odeia a MULHER

Pra o outro acenda vela

Quem não ama a MULHER

Ama o inimigo dela.

(Gen.3,15)

“Quem é esta que sobe do deserto

Apoiada em seu bem-amado

É também muito amada

Onde em dores deu à luz

Ela abraçou a cruz

Por seu Filho abraçada”?

(Can.8,5)

"Sou morena, mas sou bela,

Como as filhas de Jerusalém"

Sou morena queimada de sol

E branca como a lua prateada

Sou mãe de todas as raças

A mãe de todas as graças.

"Os filhos de minha mãe

Se irritaram contra mim

Puseram-me a guardar as vinhas

Mas a minha vinha não guardei"

Deixei que se entregasse à cruz

E aos pés da cruz, eu chorei.

(Can 1,6)

"Dize-me, ó tu, que meu coração ama,

Onde apascenta o teu rebanho,

Onde o levas a repousar?

Seguirei a pisada das ovelhas"

Nas planícies e outeiros

Sem temer os espinheiros,

Para também pastorear.

(Can 1,5-7)

“Sou a mãe de puro amor

E da santa esperança

Em mim se acha a graça

De toda bem-aventurança

Minha alma glorifica o Senhor

Meu espírito exulta de alegria

Em Deus meu salvador.

(Eclo 24,24ss: Lc 1,46 ss)

A Ele dou honra e glória

Pois me dando a palma da vitória

Fez em mim maravilha

Enxugando o meu pranto

Fez da serva sua filha

Porque seu nome é SANTO.

(Luc. 1,46-48)

Foi nas Bodas de Caná

Quando veio vinho a faltar

Maria disse a Jesus

Eles vão se envergonhar

Ele, então, lhe respondeu:

“Que temos com isso, MULHER?

Minha hora não é chegada.”

Mas ela bem o sabia

Que seu Filho era o enviado

E disse para os criados:

“Fazei o que Jesus vos disser”.

Ele a chamou de MULHER

Referindo-se à mãe amada

E não foi por nenhum desprezo

Pois na língua por Jesus falada

Esta palavra tem peso

De virtude e nobreza

Por ser ela a predileta

De toda a obra criada

Na simplicidade e pobreza

E na bem-aventurança

O que Jesus dizia

É que sua mãe Maria

Do Pai receberia

Coroa e realeza.

Nas Bodas de Caná

E também noutros momentos

No Velho e Novo Testamentos

Ele a chamou de MULHER

Para que o povo entendesse

O que o profeta disse

Que sua mãe é a MULHER

Do Gênese ao Apocalipse.

(Gen. 3,1ss; João 2,1-12; Apo.12,1-7)

Jesus em honra à sua mãe

Fez o que pediu Maria.

E naquele mesmo dia

O milagre aconteceu

A água em vinho se fez

Foi a primeira vez

Que o vinho veio do céu

Melhor do que qualquer safra

Que o noivo ofereceu.

Foi ao pedido de Maria

Que seu Filho atendeu

E realizou na família

O primeiro milagre seu.

Ainda hoje Ele a ouve

Por isso é bom seguir

O exemplo de Caná

Que quem tem fé apreende

Se vinho lhe vier faltar

Peça à mãe que o filho atende.

O milagre de Caná é fato

Pra se tirar ensinamento

O amor é o fermento

Que leveda a família

O vinho também pode ser

Tudo que se venha a precisar

Na vida espiritual ou no lar

Maria nos surpreende

Se o vinho do amor faltar

Peça à mãe que o Filho atende.

Jesus já havia escolhido

No seio da família nascer

Também na festa de bodas

Para o milagre fazer

Mas Ele quis que sua mãe

Que presente estava

Viesse interceder

Pra mostrar naquele dia

Que além de amar Maria

Também a obedecia.

Antes de voltar pro céu

Jesus sua mãe entregou

Aos cuidados de João

Que pra sua casa a levou

Não sei quanto tempo ela viveu

Nem mesmo sei se morreu

Ou transubstanciou.

Não se sabe se Maria

Estava morta ou dormia

Quando ao céu foi elevada

Dizem que dormitava

E que Jesus a levou

Ao Pai na celeste morada

Pra onde foi minha amada

Assunta ao céu e coroada

Ela apascenta com o Filho

“Levada com alegria e brilho

Entra na corte real

Com as virgens companheiras.

Apoiada em seu bem-amado

Subindo ao céu ela vai

Em vestes multicores

Representa a humana raça

E toda cheia de graças

Entra na casa do Pai .

(Sal. 44)

“Volta, volta ó Sulamita.”

Volta, volta ó mãe bendita

Vem colher os lírios teus

Que plantaste no jardim

Eu te peço, em tua glória

Sentada ao lado de Deus

Jamais esqueças de mim.

(Sal.44,16; Can. 7)

LIMA, Adalberto Antônio. SILVA, Francisco de Assis Lima Diassis