A regra do Jardim do Éden
No coração do Éden, onde a vida pulsava em sua pureza original, havia uma regra. Não era um peso, mas um propósito; não uma prisão, mas um convite à confiança. No centro do jardim, entre rios que cantavam e folhas que dançavam ao vento, uma árvore se erguia como sinal do pacto entre Criador e criatura.
"Não comereis, nem tocareis..." – não porque Deus teme partilhar sabedoria, mas porque sabe que há sabores que intoxicam a alma e portas que, uma vez abertas, não se fecham sem dor. Seu mandamento não era um cerco, mas um abraço invisível, um escudo contra o veneno da autossuficiência.
Mas o homem, seduzido pela miragem de um poder que não lhe pertencia, estendeu a mão. No instante em que rompeu a regra, não apenas colheu um fruto, mas semeou a ruptura. O Éden não perdeu sua beleza, mas o olhar humano já não conseguia mais enxergá-la da mesma forma.
A regra do jardim não era um obstáculo à felicidade, mas a trilha para preservá-la. Pois a verdadeira liberdade não está em tocar tudo o que se deseja, mas em saber onde repousa o limite entre o que alimenta e o que devora.