O abraço que parou o tempo

Havia um homem cujo coração era um oceano de amor, e ele tinha dois filhos. Um dia, o mais novo decidiu partir, como um pássaro ansioso por voar sem rumo, sem perceber que o céu sem ninho pode ser uma prisão sem grades. Ele pegou sua herança e desapareceu, afundando-se em uma vida onde a felicidade era como areia movediça—quanto mais ele buscava, mais afundava.

O tempo passou, e aquele que sonhava ser rei tornou-se servo dos porcos. Sua fome era tão grande que poderia devorar o próprio orgulho, e foi isso que fez. Levantou-se, esfarrapado, esquelético de dignidade, e começou a jornada de volta. A cada passo, uma dúvida sussurrava: "E se meu pai me rejeitar?" Mas algo maior o puxava, um fio invisível tecido pelo amor.

De longe, seu pai o viu. Mas não apenas viu—ele correu. E não apenas correu—ele rasgou o próprio tempo, atropelou a distância e, em um abraço, apagou todos os pecados. Não perguntou, não condenou, não hesitou. Apenas amou.

O céu parou para assistir. Os anjos prenderam a respiração. O sol brilhou como nunca, pois naquele instante, a misericórdia venceu a lógica, o amor superou a justiça e a graça gritou mais alto que o passado.

E assim, um anel foi colocado em seu dedo, vestes novas cobriram sua vergonha, e um banquete anunciou ao universo: o perdido foi encontrado, o morto voltou à vida!

Pois tal é o coração de Deus—tão vasto quanto o infinito, tão forte quanto a eternidade, e tão disposto a perdoar que um simples passo em sua direção se transforma em um voo direto para os braços do Pai.

Rudney Koppe
Enviado por Rudney Koppe em 08/03/2025
Código do texto: T8280889
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