O despertar das cinzas
A vida corre como um rio que desconhece a foz, e muitos flutuam sem perceber que as águas do tempo não remam para trás. O relógio avança sem piedade, e a ampulheta derrama seus grãos sem perguntar se estamos prontos.
Hoje, as cinzas desenham sobre nossa pele a verdade que fingimos esquecer: somos poeira soprada pelo vento de Deus, viajantes de um caminho sem retorno. Quantos constroem impérios de fumaça e coroam-se senhores de nada, enquanto a eternidade os observa em silêncio?
Quarta-feira de Cinzas não é apenas o vestígio de um fogo que passou, mas o chamado para reacender a chama que ainda pode arder. O tempo é um campo de batalha onde o orgulho é derrotado, a vaidade se dissolve e só resta aquilo que fomos de verdade.
Então, desperta! Antes que as cinzas sejam tudo o que resta de ti.