O véu do templo
Muitas vezes, para entender o Novo Testamento é preciso conhecer também um pouco do Velho Testamento.
Numa reunião de casais, um amigo comentava: “Está escrito que na hora em que Jesus morreu, o véu do templo se rasgou, mas como saber que o véu do templo se rasgou, se Jesus morreu crucificado no Gólgota, onde não havia nenhum templo por perto? Isso deve ser um símbolo, alguma figura de linguagem utilizada pelo povo daquela época”
Talvez – disse outro – mas não exatamente um símbolo, e sim uma metáfora, uma comparação com o templo do Senhor. O próprio corpo de Jesus dilacerado, rasgado pelos pregos na cruz, abriu as portas do céu.
Também há de se considerar que antes da vinda de Cristo, os sacerdotes se revezavam e cada um deles era responsável para cuidar do templo do Senhor por certo período. O templo era o local onde o sacerdote ungido e escolhido, conversava em oração com Deus. Era o lugar de encontro com o Santo do Santo e consistia mais ou menos numa tenda com dois compartimentos separados por uma espécie de cortina, um véu. Ali, somente o sacerdote podia entrar. O capítulo 1 do Evangelho de São Lucas, a partir do versículo 5 e seguintes, dá testemunho deste fato.
Depois, aconteceu que, no momento em que Jesus se oferecia em sacrifício para nos salvar, o véu do templo se rasgou, significando que dali em diante, não mais apenas o sacerdote, mas todo homem, pode encontrar-se com Deus, porque já não existem barreiras entre Deus e o homem e entre o homem e Deus, pois o véu do templo que nos separava de Deus se rasgou com sacrifício de Cristo na cruz. ( Mt. 27,50-51)
LIMA, Adalberto Antônio de. A Luz do Mundo