PSICOGRAFIA
21-11-2024
Era eu um grande latifundiário. Tinha muitos empregados, melhor dizendo, escravos, pela forma hostil e humilhante com que eu os tratava. Achava-me um rei, dono de terras e pessoas. Mas, não pensava muito na morte, nem tinha muito tempo para isso, apenas de mandar simplesmente apagar quem me desobedecia. Mas um dia, sentado em uma cadeira, morri. Enfarto fulminante. Não entendia porque, por mais que falasse ninguém me atendia ou obedecia. Foi realmente terrível para alguém acostumado a mandar. Ah, e vieram os cobradores. Aqueles que eu tanto podia ajudar a crescer intelectual e financeiramente. Em vez disso, explorei, roubei terras, gados, mulheres e filhos para escravizar. Meus amigos, tantas dívidas contraídas por puro orgulho e fome de poder. E agora, quando desencarnado, vi que não eram esses os verdadeiros tesouros, eles simplesmente mudam de mãos. Ninguém a me agradecer, só a odiar. Oh Senhor, e como poderia ser diferente! Minha verdadeira missão era fazer prosperar o lugar onde estava e àqueles que estavam sob meus comandos. Oh, tempo perdido, flores mortas, sementes que não vingaram. Hoje estou aqui contando esta história, também fazendo parte de minha remissão. Contar as derrotas para que não se repitam e sejam somente aprendizado. Permita senhor que eu possa retornar para cumprir, ou melhor, pagar àqueles que devo com trabalho, ética, humildade e principalmente amor ao irmão que caminha conosco na mesma estrada. Assim Seja!