PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,45-48)(22/11/24).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, neste vale de lágrimas, neste lugar de tormentos, devido aos pecados aqui praticados, os homens estão perdendo o sentido e o respeito a tudo o que há de mais Sagrado, por isso, não suportam os lugares santos, as coisas santas, as pessoas consagradas a Deus, porque se afastaram do Senhor tornado-se inimigos da fé.

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2. E mais ainda, existem aqueles que fazem da fé um verdadeiro comércio, vendem de tudo até a própria alma, por anunciarem à si mesmos e não Cristo e o seu Evangelho. Bem como escreveu são Paulo: "Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam, detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra." (Ti 1,16). Por isso, vão de ruína em ruína e jamais verão a Deus. (cf. Fl 3,18-19).

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3. O Evangelho de hoje narra a purificação do Templo em que o Senhor Jesus expulsa os que faziam dele uma casa de comércio: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 

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4. O Papa Francisco ao comentar esse Evangelho, disse: "Jesus ao expulsar os comerciantes do templo: "purifica o templo". Assim o Senhor torna o templo "como deve ser: puro, só para Deus e para o povo que vai rezar."

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5. Mas, e nós, como podemos purificar o templo de Deus? A resposta está em três palavras que podem ajudar-nos a compreender: vigilância, serviço, gratuidade. Antes de tudo vigilância no templo do nosso coração: devemos prestar atenção ao que acontece lá, estar atentos porque é o templo do Espírito Santo.

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6. Depois serviço aos necessitados. Serviço inclusive aos famintos, aos doentes, aos presos, aos que têm necessidade porque ali está Cristo», sempre com a certeza de que «o necessitado é o templo de Cristo. 

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7. O terceiro ponto é a gratuidade no serviço que se oferece nas nossas igrejas: igrejas de serviço, gratuitas, como foi gratuita a salvação, e não “igrejas-supermercado”. Decerto, quem ama Cristo não se serve das pessoas; mas as serve por amor a Ele.

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8. De fato, aí daqueles que fazem da prática da fé um meio de enriquecimento ilícito, porque tal prática deforma o Evangelho de Cristo, por isso lhes dirá o Senhor: "Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!" (Mt 7,23b). 

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria, OFMConv.