A fuga
Quem nunca sentiu vontade de fugir em algum momento de sua vida?
Fugir do ambiente hostil e repressor, fugir de pessoas ou de momentos que lhe causam dor e sofrimento?
Há quem defenda que um bom guerreiro não foge da luta, não pode correr. A fuga pode até ser taxada como sinônimo de covardia, mas, pelo contrário, representa uma atitude de defesa e auto preservação do ser humano, que, por vezes, pode ocorrer de forma inconsciente.
A fuga é uma estratégia de guerra. O guerreiro pode utilizar da fuga para melhor se preparar para o embate e retornar mais forte e bem preparado; para não ser abatido pelo inimigo; pode fugir para retornar ao enfrentamento ou para nunca mais voltar a aquele lugar que lhe causou receio de derrota. Assim é também o homem na vida, foge para se fortalecer e retornar mais forte ou para nunca mais voltar ao ambiente de luta que lhe causa sofrimento e dor.
De acordo com o dicionário Oxford languages, fuga é sinônimo de escapatória, subterfúgio, defensiva, palavras que indicam o auto cuidado do ser humano e o livramento.
A palavra de Deus traz alguns exemplos de fuga, algumas podem ser designadas como atitudes sabias e necessárias, outras como ações desnecessárias e insanas. Algumas fugas são orientadas por Deus, em sua palavra, para que seus servos alcancem o livramento.
Como atitudes sabias e necessárias podemos citar a fuga de José, quando foi tentado pela mulher de Potifar (Genesis 39:12); e a fuga de José e Maria com Jesus para o Egito (Mateus 2:13-15). Outras fugas necessárias (I Tessalonicenses 5:22; II Timóteo 2:22).
Como atitudes insanas e desnecessárias temos o exemplo de Jonas que fugiu do chamado de Deus (Jonas 1: 1-3) e acabou em apuros. Quem pode fugir da presença Dele? (Salmos 139:7-12)
Precisamos fugir da aparência do mal e não da presença de Deus ou do seu chamado. Precisamos nos posicionar diante de Deus como soldados valentes, guerreiros bem preparados para a batalha, sabendo que “a nossa luta não é contra a carne, nem contra o sangue, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal que habitam nas regiões celestiais” (Efésios 6:12).
É preciso pedir discernimento a Deus, ser guiado por Ele e estar vigilante para que possamos, no momento certo, aproveitar o tempo oportuno para fugir, quando necessário, e partir para o enfrentamento, pois um bom guerreiro deve saber a hora de avançar e de se refugiar. Embora, a fuga possa ocorrer de forma inconsciente, ela não pode ocorrer de forma impensada, deve ser estratégica e planejada; do contrário, o guerreiro poderá ser surpreendido pelo inimigo e ficar em apuros, assim como Jonas. Peçamos, portanto, sabedoria a Deus para saber fugir quando for o momento necessário e certeiro. Vamos nos esconder nas asas do Senhor e nos fortalecer na sua presença (Salmos 21). Ele é o nosso general, obedeçamos, portanto, ao seu comando.