PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,36-50)(19/9/24).
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1. Caríssimos, Deus se faz sempre presente em todas as situações da vida, os homens é que não percebem isso por falta de discernimento e de compromisso para com Ele; às vezes, até o convidam para entrar em suas vidas, mas não o recebem devidamente.
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2. Por isso, tendem a culpa-lo pelos infortúnios que padecem como se Ele fosse responsável pelo mal uso do nosso livre arbítrio; e com isso não o amam nem se deixam amar por Ele. E o resultado desse engano é o trágico confronto entre homens e homens por não viverem o amor fraterno como o Senhor Jesus nos ensinou a viver.
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3. Com efeito, Deus se faz presente realmente no meio de nós pela Santa Eucaristia, seu Corpo e Sangue, Sacrifício de amor, Pão da vida eterna. Ele também se faz presente por Sua Divina Palavra proclamada e escutada diretamente para pormos em prática.
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4. Mas também se faz presente em nossa oração, basta silenciar em nossa coração tudo o que não é a sua vontade, para com a devida atenção escuta-lo, pois a Verdade nos fala sempre e não tem como duvidar disso.
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5. Mas, como receber o Senhor e permanecer na sua presença? Sem dúvida a humildade de São Paulo na primeira leitura nos ensina isto, visto que ele se pôs no último lugar no anúncio do Evangelho, disse ele: "Na verdade, eu sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus." (1Cor 15,9).
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6. Aliás, em outra passagem ele também deu o seguinte testemunho à esse respeito: "Irmãos também eu, quando fui ter convosco, não fui com o prestígio da eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado." (1Cor 2, 1-2).
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7. No Evangelho de hoje ouvimos a narração do convite que um fariseu fez ao Senhor Jesus para cear em sua casa. Ora, Deus nos escuta também por nossas atitudes, pois elas revelam nossas intenções e o que somos e temos em nossos corações.
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8. A meretriz que muito devia a Deus, por causa de seus muitos pecados, o amou muito mais por seu arrependimento e humildade, e por isso recebeu o perdão e a salvação; Simão, ao contrário, mesmo se julgando justo, não agiu como tal, e o resultado foi a revelação de que, na prática, pouco amava Deus.
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9. Portanto, caríssimos, caso o nosso coração esteja cheio de falsos julgamentos e dos nossos critérios punitivos, então, não existe espaço para a misericórdia de Deus e seu amor, mas somente para o juízo de valor do qual nem mesmo o Senhor Jesus escapou neste episódio.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.