Homilia do 18°Dom do Tempo Comum (Jo 6,24-35)(04/8/24)
1. Caríssimos irmãos e irmãs, para manutenção da vida naturalmente precisamos de alimentos, água e outros elementos da natureza que nutre e sacia as nossas necessidades básicas. Sem dúvida Deus nos criou com tais necessidades devido a brevidade da vida no tempo, porque nos criou para a eternidade, e isso como uma antecipação do nosso devir; é isso o que nos revela essa liturgia de hoje.
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2. Na primeira leitura os Israelitas que saíram da escravidão do Egito e estavam atravessando o deserto rumo a terra prometida, sentem o peso dessa travessia, pois lhes falta água, pão, carne e outros alimentos para suprir as suas necessidades básicas.
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3. Por isso, ao sentirem a escassez de tais elementos se puseram a murmurar e a pressionar Moisés e Aarão querendo uma solução que naturalmente seria impossível em tais circunstâncias.
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4. No entanto, a solução veio da Fé que mudou totalmente a situação angustiante que estavam sofrendo. Desse modo, pela intervenção divina, superaram os obstáculos que os estava oprimindo.
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5. Decerto, essa experiência do povo eleito, nos ensina que na travessia do deserto deste mundo, se faz necessário uma liderança que creia e que realmente viva em comunhão com o Senhor e se deixe conduzir por Ele a fim de chegarmos a bom termo no cumprimento dos seus desígnios.
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6. Com efeito, para isso temos na Santa Igreja, o novo povo de Deus, o Santo Padre, o Papa Francisco e os bispos em comunhão com ele, e as outras lideranças por meio das quais o Senhor Jesus nos conduz até chegarmos a terra prometida, o Reino de Deus.
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7. Porém, assim como o povo do Antigo Testamento, precisamos cooperar com esses nossos líderes a fim de que vivamos a unidade do Espírito Santo pelo vínculo da paz e do amor a Deus sobre todas as coisas e entre nós.
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8. Comentando este Evangelho disse São João Paulo II: "A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que a Igreja experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28,20).
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9. Mas, na Sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor, ela goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança. O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é «fonte e centro de toda a vida cristã» (LG 11).
10. Com efeito, «na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo» (PO 5). Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do altar, onde descobre a plena manifestação do seu amor."
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(São João Paulo II (1920-2005), papa - Carta Encíclica "Ecclesia de Eucharistia").
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.