PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 14,1-12)(03/8/24)
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1. Caríssimos irmãos e irmãs, na sua infinita bondade Deus nos deu a liberdade de administrar a nossa vida e as graças por Ele derramadas em nossas almas para assim sermos santos como Ele é Santo.
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2. Todavia, como escreveu São Paulo: "Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18)."
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3. De fato, quem vive na presença do Senhor permanece em comunhão com Ele e com os seus co-irmãos na paz e na concórdia, na partilha da vida e das graças recebidas, tendo em vista somente a felicidade recíproca por vivermos do Seu amor.
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4. Por isso, insiste São Paulo: "Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4,30-32).
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5. Com efeito, vivemos num vale de lágrimas cercados por todos os lados pelas mazelas advindas dos pecados nele praticados; e, pelo que temos visto, não há mais solução para toda essa maldade que se alastra como uma doença crônica incurável dizimando milhões de vidas, levando-as à perdição eterna.
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6. E por que não há mais solução para essa terrível infecção maléfica? Porque mesmo com todos os avisos vindos da parte de Deus e todas as graças necessárias, os homens continuam insistindo na prática pecaminosa, e com isso deixam de receber os benefícios da sua Divina Misericórdia.
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7. No Evangelho de hoje vimos isso acontecer com o rei Heródes, que terminou os seus dias corroído pelos vermes diante de todos os seus súditos (cf. At 12,20-23). Ou seja, engana-se quem pensa que o poder temporal do mal triunfará sobre os inocentes injustiçados, porque a justiça é imortal e a última palavra pertence somente a Deus.
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8. Portanto, caríssimos, não existe perdão para um coração endurecido que não quer se arrepender; e mesmo que seja perdoado, se insistir no pecado passa a ser dominado pelo espírito maligno que o aprisiona, confiscado-lhe o livre arbítrio e a própria vida.
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9. Destarte, arrependamo-nos sinceramente dos nossos pecados, façamos penitência e peçamos ao Senhor a graça de vivermos reconciliados com Ele e entre nós por Seu amor e por Sua Divina Misericórdia.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.