PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,1-9)(24/7/24)
1. Caríssimos irmãos e irmãs, a vida é uma grande escola aonde aprendemos a conviver com Deus e uns com os outros; por isso, cem por cento da nossa convivência com o próximo depende cem por cento da nossa convivência com Deus. E esta só pode ser vivida mediante a ação do Espírito Santo em nossas almas.
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2. Pois, quando nos deixamos instruir pela sabedoria do Espírito Santo, aprendemos a praticar as virtudes eternas na nossa convivência com Deus e na convivência fraterna para a santificação de nossas almas. Porém, não sem antes passar pelo crivo das provações e desafios de fé no deserto deste mundo que nada tem a nos oferecer.
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3. De fato, todo aprendizado existencial é feito de provações, desafios de fé e purificações, sem as quais não se pode viver a plena comunhão com o Senhor, tal qual Ele nos ensinou por meio da Carta de são Tiago:
4. "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma." (Tg 1,2-4).
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5. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus conta a parábola da semente da Palavra que Ele semea no terreno de nossa existência. O que mais nos chama a atenção, é como a Sua Palavra é recebida, com qual disposição e o desejo de cultiva-la, para dar os frutos da salvação que Ele nos trouxe. Seja em solo fecundo para dar frutos cem por um; seja na beira da estrada, em solo pedregoso ou entre espinhos em que nada frutifica por falta do devido cultivo.
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6. Portanto, caríssimos, quem não vive cada momento da sua existência como dom de Deus e o aprendizado para viver em paz e harmonia com Ele e uns com os outros, passa o tempo murmurando e se lamentando por viver para si mesmo e não para os santos propósitos que o Senhor nos dá como meios para a nossa santificação.
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7. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus, pela intercessão de sua Mãe, Maria Santíssima, e de são José, a graça de sermos terrenos férteis em que as sementes das suas palavras dão frutos de salvação para todos saborearem por meio do nosso testemunho de vida.
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8. Comentando este Evangelho disse são João Crisóstomo: "Saiu o semeador a semear". E porque foi que ele saiu? Para destruir a terra onde abundavam os espinhos? Para castigar os cultivadores? De modo nenhum. Ele veio cultivar essa terra, tratar dela e nela semear a palavra da santidade. Porque a semente de que fala é, na verdade, a sua doutrina; o campo é a alma do homem; o semeador é Ele mesmo.
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9. Com razão criticaríamos um semeador que semeasse com tanta abundância. Mas, quando se trata das coisas da alma, as pedras podem transformar-se em terra fértil, o caminho pode deixar de ser pisado pelos transeuntes e tornar-se campo fecundo, os espinhos podem ser arrancados, permitindo que os grãos cresçam tranquilamente.
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10. Se isso não fosse possível, Ele não teria lançado a semente. E, se a transformação não se realizou, não é por culpa do semeador, mas daqueles que não quiseram deixar-se transformar. O semeador fez o seu trabalho. Se a semente se perdeu, o autor de tão grande benefício não é responsável por isso.
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11. Uma coisa é deixar a semente da palavra de Deus secar sem tribulações e sem cuidados, outra é vê-la sucumbir sob o peso das tentações. Para que tal não nos aconteça, gravemos a sua Palavra na nossa memória, com ardor e seriedade. Assim, por muito que o diabo arranque à nossa volta, teremos força para evitar que ele arranque o que quer que seja dentro de nós."
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(São João Crisóstomo (c. 345-407), doutor da Igreja -
Homilias sobre Mateus, 44)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.