PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(19/6/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a generosidade é a virtude que nos faz experimentar o quanto Deus nos ama e age em nosso favor; pois, é Ele quem nos sustenta e nos governa por Sua Divina Providência. Ora, Deus sempre cuida de nós, mas precisamos dar atenção a esse seu cuidado para não caírmos no pecado da indiferença que conduz à insatisfação e ao egoísmo.

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2. De fato, basta olharmos o sol que irradia a sua luz sobre toda a Criação; o ar que respiramos livremente como fonte de vida natural; o mar que alimenta todos os seres que dele dependem. E tudo isso é expressão do amor e da generosidade do nosso Pai celestial.

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3. Mas, por que este mundo que recebe tanto de Deus, e ainda vive na miséria? Por causa da indiferença e do egoísmo que assola as almas apegadas às coisas deste mundo; elas, deixando de cultivar os valores eternos, dentre os quais a generosidade, se perdem no labirinto dos apegos egoístas em que não existe nada mais além da famigerada corrupção que dissipa milhões de vidas.

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4. Com efeito, o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho amado de Deus, é de uma generosidade infinita em todos os sentidos da vida; é bem como nos ensina São Paulo: "Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. 

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5. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo, assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,5-8).

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6. No Evangelho de hoje Jesus nos ensina a não vivermos de aparências, mas sim, revestidos de humildade na certeza de que as obras que realizamos por graça de Deus são para a salvação de todos e à Sua maior glória; e que a prática da oração e do jejum, são encontros com o Pai, e estes se dão no coração de nossas almas, onde Ele nos escuta e nos responde quando silenciamos para escuta-lo.

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7. Comentando esse Evangelho disse o Papa Bento XVI: "Na sociedade moderna das imagens, devemos estar vigilantes, pois existe uma tentação recorrente, aquela de fazer tudo para aparecer. A esmola evangélica não é mera filantropia: é antes uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige uma conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que morreu na cruz e se entregou totalmente por nós. 

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8. Por isso, tudo deve ser feito para a glória de Deus e não para a nossa. Que esta consciência acompanhe cada gesto de ajuda ao próximo evitando que ele se torne um meio de nos destacarmos. Se, ao praticarmos uma boa ação, não tivermos como objetivo a glória de Deus e o verdadeiro bem dos nossos irmãos, mas visarmos antes um retorno de interesse próprio ou simplesmente o aplauso, colocamo-nos fora da perspetiva do Evangelho. 

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9. Decerto, como não agradecer a Deus por tantas pessoas que, no silêncio, longe dos holofotes da sociedade midiática, praticam atos generosos de apoio ao próximo necessitado com esse espírito de desapego? 

 

10. De pouco serve dar os bens aos outros se o coração se enche de vanglória: é por isso que não se procura o reconhecimento humano para as obras de misericórdia praticadas por aqueles que sabem que Deus "vê em segredo" e em segredo recompensará. 

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11. Sempre que, por amor a Deus, partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude da vida vem do amor e que tudo nos é devolvido como uma bênção em forma de paz, de satisfação interior e de alegria. O nosso Pai celeste recompensa a nossa esmola com a sua alegria."

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(Bento XVI - Messagem para a Quaresima de 2008).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.