QUEM SOU EU?

(Mc 12.41-44)

21 Jesus viu algumas pessoas ricas colocando dinheiro como oferta na caixa de contribuições do templo. 2 Viu também uma viúva bastante pobre colocando lá duas moedas de pouco valor. 3* Então, disse:

— Digo a verdade a vocês: Esta viúva pobre deu mais do que todos. 4 Pois todas as outras pessoas fizeram as suas ofertas dando do dinheiro que tinham sobrando; ela, porém, na sua pobreza, deu tudo o que tinha para viver.

*Será que, aqui, se trata de quem deu mais ou de quem deu menos? ou de quem se dispõe a dar, e de quem se dispõe a se doar?*

Talvez hoje, dar seja pouco, é possível que a necessidade maior hoje seja de se doar. A mensagem de Jesus sobre a viúva foi uma forma de dizer: ninguém é tão pobre que não tenha nada para oferecer.

“E nós, o que temos a oferecer além da moeda? Quem diz: *tem muita coisa*, mas não sabe definir *a coisa* _não tem nada para doar_, *muito é indefinido*, é o mesmo que nada. Faz-se necessário saber o *nome da coisa*, além da moeda.”

A diferença é que, apesar de Jesus ter se feito homem para viver como homem, para sentir as nossas necessidades, as nossas dificuldades, assim como as nossas virtudes e defeitos, nós ainda hoje desconhecemos a Sua missão na terra, apenas decoramos frases que repetimos: *Jesus veio para nos salvar*, _Jesus morreu para nos salvar_. Além do que, Jesus não era materialista como nós, que, “em regra”, só pensamos nos bens materiais, e daí pensamos mais no DAR, que também é uma virtude, e é necessário, mas Jesus, se doou, e doou a sua vida servindo, ensinando, curando e deixando suas obras, que ainda desconhecemos. Com cinco pães e dois peixes alimentou uma multidão, mas esses peixes e esses pães não faziam parte do seu patrimônio pessoal. Ele tinha algum Patrimônio pessoal? Qual? Quem conhece algum?

Ele deixou bens para inventariar, ou, deixou um legado para nos orientar e seguir?

E nós? Além de nossos bens materiais, além das nossas esmolas, o que estamos doando? Moedas?

Será que viveríamos apenas de moedas?

Sem o calor humano, sem alguém que nos escute?

Será que existe alguém que tem tudo, mas sente a falta dessa escuta, de uma conversa? Ou a moeda já o basta?

Como estamos tratando as nossas mães, os nossos pais?

Com carinho, atenção e respeito, escutando, conversando, ou não temos tempo para isso, estamos muito ocupados? Estamos muito sem paciência?

Onde queremos estar amanhã? No lugar da nossa mãe? No lugar do nosso pai?, recebendo a mesma atenção e respeito que damos hoje a eles, sendo escutados, como os escutamos eles hoje? Sendo visitados como estamos visitando-os hoje? Ter alguém presente em nossa vida como somos presentes na vida deles hoje? Ou a moeda já nos basta, se chegarmos lá?

É importante parar um pouco e pensar (assim eu acho), por quê mensagens lindas podem ser o retrato do nosso amanhã.

Então, ler ou ouvir, diante do *espelho da verdade* é importante, não para sofrer antecipado, mas para ter a oportunidade de ouvir a si próprio.

Ouvir a si próprio é importante para que possamos fazer as nossas escolhas mais conscientes, para poder entender o que é realmente nos importa, saber se realmente estamos dando o devido valor, se estamos elegendo, o que dizemos ser importante, como prioridade.

Será que sabemos o que é importante para nós, lembrando, *muita coisa* é indefinida, é nada, quem não sabe o nome da coisa, não as tem.

É uma necessidade saber se é importante para nós. E se não é importante, por que nos cansamos tentando nos justificar para outras pessoas como se assim fosse?

As vezes as nossas prioridades são outras. As vezes só temos as moedas para ofertar, então façamos como a viúva, ofertemos as moedas, cada um, oferta o que tem.

Se temos moedas, temos a possibilidade de ofertar, se temos apenas mensagens, é o que vamos repassar, se temos empatia, temos a possibilidade de escutar, se temos amor temos a possibilidade de dar e de nos doar, mas para isso precisamos priorizar. Justificar só cansa, desgasta *e expõe o que falta*.

A viúva não justificou que tinha apenas as moedas, ela simplesmente as doou e Jesus reconheceu a sua ação, a sua gratidão.

Mas ela não precisou ouvir da boca de Jesus o seu reconhecimento, ela só precisou sentir que a sua ação agradava a Deus e fez de coração, e isso lhes deixou feliz, e é isso que Jesus quer de nós, que sejamos felizes e possamos tornar as outras pessoas felizes.

Se não amamos a nossa mãe, o nosso pai, não vamos poder agradar a Jesus, mas tentar enganar também não vai agradar a Jesus e nem a nós.

Então, não precisamos enganar a nós mesmos, e nem vamos enganar Jesus, e nem aos nossos pais fingindo que os amamos, porque assim como Jesus, os nossos pais, são quem mais nos conhecem.

Sejamos simples e verdadeiros como a viúva, pois o amor não se expressa por palavras, mas sim, por ações, atitudes, gestos concretos e pela felicidade estampado no rosto de cada um de nós.

“Ninguém, em sã consciência, reclama daquilo que lhes dá prazer.”

“Ninguém agrada a Jesus, com palavras vãs, mas sim, pelas suas atitudes e gestos concretos!”

A resposta a pergunta: QUEM SOU EU? pertence apenas a cada um de nós.

Tarcízio Leite

São José do Egito-PE, um dia qualquer de maio de 2024

TARCIZIO_LEITE
Enviado por TARCIZIO_LEITE em 26/05/2024
Reeditado em 26/05/2024
Código do texto: T8071894
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