Solenidade da Santíssima Trindade(Mt 28,16-20)(26/5/24)
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1. Caríssimos, a Santíssima Trindade é a perfeita comunidade de amor que se expande por todo o universo que criou e se dá à conhecer no Seu Mistério Uno e Trino, bem ao alcance da nossa fé. O Pai se revela no Filho, essência do Seu Divino Amor, e assim por Ele criou todas as coisas.
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2. O Filho por sua vez, veio até nós, revelou o Amor que o Pai nos tem, ao dar a própria vida, para ressuscitarmos com ele. E mais ainda, enviou o Espírito Santo para permanecer conosco e em nós até o fim e assim formarmos a Sagrada Família, tendo Maria como modelo perfeito da Igreja e Mãe de toda humanidade.
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3. De fato, somos filhos e filhas de Deus, e a cada Pai nosso rezado, o invocamos na certeza de que nos escuta e nos responde, pois assim nos ensinou o Senhor: "Levantando os olhos ao alto disse Jesus: "Pai, rendo-te graças, porque me ouviste.
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4. Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda, para que creiam que tu me enviaste." (Jo 11,41-42). Sem dúvida, quem criou a voz e todos os ouvidos do mundo, nos ouve perfeitamente e nos responde prontamente.
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5. "Ora, a nossa fé é esta: cremos na Trindade Santa e Perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; nela não há mistura alguma de elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda ela é potência e força operativa; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo, se afirma a unidade da Santíssima Trindade." (Santo Atanásio).
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6. "Que glória é esta que as Pessoas divinas Se dão mutuamente? Na sua essência, Deus não é apenas «grande», é também «digno de todo o louvor» (Sl 47,1). É sumamente conveniente que Ele receba a glória que corresponde à sua majestade; é conveniente que Ele seja glorificado em Si mesmo, com um louvor que esteja à altura das profundezas do poder, da sabedoria e do amor que há nele.
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7. O Pai gera o Filho, partilhando com Ele eternamente o dom supremo da vida e das perfeições da divindade, comunicando-Lhe tudo o que Ele próprio é, com exceção da sua «propriedade» de ser Pai. Imagem perfeita e substancial, o Verbo é o esplendor da glória do Pai (cf Heb 1,3); nascido da fonte de toda a luz, Ele próprio é luz, que regressa como cântico ininterrupto Àquele de quem emana: «Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu» (Jo 17,10).
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8. Assim, pelo movimento natural da sua filiação, o Filho devolve ao Pai tudo o que dele possui e, nesta mútua doação, o Espírito Santo, que é caridade, procede do amor do Pai e do Filho como do seu único princípio de origem.
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9. Esta chama de amor infinito entre as três Pessoas completa a comunicação eterna da vida na Trindade. É esta a glória que Deus Se dá a Si mesmo, na intimidade sagrada da sua vida eterna".(Beato Columba Marmion (1858-1923), abade - O sacerdócio de Cristo).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.