PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 4,43-54)(11/03/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, no atual momento o mundo vive o tormento da guerra e dos rumores de guerra, que é um dos sinais do fim dos tempos; por outro lado e de certo modo, está havendo um dispertar, um desejo de mudança, ou seja, de viver mais intensamente a fé, por parte daqueles que a professam, pois, o inimigo é invisível e dele só vemos os efeitos maléficos.

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2. A liturgia de hoje nos revela o que Deus tem preparado para aqueles que o amam, ou seja, novos céus e uma nova terra onde reinará o amor, a verdade, a justiça e a paz; onde Deus será tudo em todos como profetizou Isaías (cf. Is 65,17-21). Ora, só em pensar que o mal não mais existirá, já sentimos um profundo alívio, e o desejo de que a Parusia do Senhor aconteça o mais breve possível. 

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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos faz um alerta: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes". (Jo 4,48). Ora, esse alerta do Senhor revela a nossa fragilidade e como supera-la pela confiança inabalável na Sua Palavra como o fez o servo do rei.

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4. Rezemos então com o Salmo responsorial de hoje: "Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes quando estava já morrendo!

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5. Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria. 

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6. Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!" (Sl 29).

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7. Destarte, meditemos com esta linda poesia de São Gregório de Narek: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Jl 3,5; Rom 10,13). Quanto a mim, não só O invoco mas, acima de tudo, creio na sua grandeza. Não é pelos seus dons que persevero nas minhas súplicas: é porque Ele é a vida verdadeira e é nele que respiro; sem Ele não há movimento nem progresso.

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8. Não são tanto os laços de esperança, mas os laços do amor que me atraem. Não é dos dons, é do Doador que tenho perpétua nostalgia. Não é à glória que aspiro, é ao Senhor glorificado que quero abraçar. Não é de sede da vida que constantemente me consumo, é da lembrança daquele que dá a vida.

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9. Não é pelo desejo de felicidade que suspiro, que do mais profundo do meu coração rompo em soluços; é porque anelo por Aquele que a prepara. Não é o repouso que procuro, é a face daquele que aquietará o meu coração suplicante. Não é por causa do festim nupcial que feneço,

é pelo anseio do Esposo.

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10. Na expectativa segura do seu poder apesar do fardo dos meus pecados, creio, com esperança inabalável, que, confiando-me na mão do Todo-Poderoso, não somente obterei o perdão, mas O verei em pessoa, pela sua misericórdia e a sua piedade

e que, conquanto mereça ser proscrito, herdarei o Céu. (São Gregório de Narek (c. 944-c. 1010), monge, poeta arménio. O Livro das Orações, 12, 1; SC 78, 102).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.