PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,36-38)(26/02/24).
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1. Caríssimos, no Evangelho de hoje disse o Senhor Jesus: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados." (Lc 6,36-37). De fato, todos somos pecadores, somos réus e não juízes. Por isso, o não julgar é sumamente necessário para permanecermos em comunhão com o Senhor e entre nós.
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2. O reconhecimento dos nossos pecados e a confissão sincera das nossas culpas é o meio mais eficaz de experimentarmos a misericórdia divina; ela é o remédio espiritual que cura as nossas almas feridas pelos pecados que cometemos; ora, como seria bom se nunca pecássemos.
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3. Todavia, um coração verdadeiramente arrependido não quer mais pecar, porque conhece bem o que é o pecado e o seu resultado nefasto, sabe que ele é a arma que o maligno usa contra nós mesmos e contra aqueles que julgamos.
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4. Na liturgia de hoje, o Profeta Daniel pede perdão a Deus não só por si mesmo, mas também por aqueles que ofenderam o Senhor. Pois todo pecado é uma ofensa contra Deus, é uma terrível falta de amor a Ele, mesmo que não tenhamos plena consciência disso.
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5. Uma alma que vive em estado de pecado mortal, perde de imediato o estado de graça, se afasta de Deus, e é atormentada pela própria culpa, pois seu pior castigo é o pecado que praticou, porque quem vive no pecado deixa de amar a Deus, para se tornar uma presa fácil do maligno.
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6. Com efeito, o Sacramento da Penitência é a fonte de água viva no deserto desta vida onde bebemos da misericórdia divina que sacia a nossa sede de amor e de paz. Ora, essa graça acontece pelo arrependimento sincero, a confissão das culpas, o perdão sacramental, a satisfação penitencial e o propósito de não mais pecar.
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7. Decerto, são esses meios que nos liberta do severo jugo do inimigo. Pois o Senhor, por sua divina misericórdia, perdoa as nossas transgressões e cura o nosso coração, libertando-nos das influências malignas; nos abrindo os tesouros inesgotáveis de suas graças para a santificação de nossas almas.
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8. Eis as armas espirituais, para evitarmos as tentações e o pecado: nunca dialogar com os maus pensamentos que são sempre contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos; rezar sempre com o coração, isto é, com a consciência cientes de que encontramos o Senhor e dialogamos com Ele. Mas, é preciso fazer silêncio nos pensamentos para ouvir o que Ele nos diz e pôr em prática.
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8. Portanto, caríssimos, mantenhamo-nos sempre em estado de graça, participando frequentemente da Santa Missa, comungando o Corpo e o Sangue do Senhor; escutando a sua Palavra e pedindo que Ele a grave no nosso coração para não esquecermos, pois é a regra da vida eterna.
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9. Por fim, peçamos a graça de praticar as obras de misericórdia ou caridade que apaga uma multidão de pecados, (cf. 1Pd 4,8) são elas: rezar pelos vivos e pelos mortos, dar sempre bons conselhos, consolar os aflitos; ajudar os necessitados, visitar os doentes, etc.
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10. Destarte, usemos essas armas espirituais na luta contra as tentações, com a convicção de que dependemos cem por cento da graça de Deus, para vencermos todas as batalhas travadas. Peçamos à São Miguel Arcanjo, Príncipe da Milícia Celeste, que vá à nossa frente para nos defender das insídias do inimigo de nossas almas.
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11. Oremos: "São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio! Ordene-lhe Deus, instantemente o suplicamos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno satanás e todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém." Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.