CELEBRAÇÃO DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS (Mt 6,1-6.16-18)(14/02/24)
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1. Amados irmãos e irmãs, hoje iniciamos o tempo da Quaresma, tempo fecundo de profunda reflexão sobre a brevidade da vida neste mundo; pois, somos pó e para o pó voltaremos, porém, firmados na esperança da ressurreição realizada por Cristo em nosso favor.
2. De fato, esse tempo nos leva à uma permanente conversão e ao crescimento nas virtudes da caridade, da humildade e da perseverança que o Senhor nos concede por meio dos exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola, esteios que nos mantém convictos da fé que professamos.
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3. Com efeito, os símbolos que acompanham este tempo são as cinzas, que nos lembram o pó que somos e a humildade que precisamos para vencermos as tentações que se nos apresentam.
4. A cor roxa, que nos aponta a penitência que precisamos fazer para permanecermos fiéis aos nossos compromissos assumidos perante o Senhor; o silêncio interior e exterior, no qual o encontramos e mantemos com Ele um fecundo diálogo filial repleto de profundo respeito e obediência, virtudes próprias daqueles que o amam.
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5. Decerto, como vimos acima, essas práticas quaresmais são meios de purificação e santificação das almas que por elas se exercitam tendo em vista o verdadeiro testemunho dos sofrimentos de Cristo e da sua ressurreição.
6. Por isso, muita atenção, para não fazer delas marketing promocional ou busca de fama, principalmente nesse tempo em que os celulares e as redes sociais estão ocupando o tempo e o lugar de Deus nas almas.
7. Aliás, hoje em dia tudo se torna motivo para aparecer na mídia por meio das redes sociais e assim angariar o maior número de seguidores; e com isso, deixam de lado as práticas piedosas e a verdadeira comunhão com o Senhor.
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8. Portanto, caríssimos, a fé que praticamos é fruto do testemunho daqueles que deram a vida para se manterem fiéis ao Senhor na prática de seus ensinamentos em busca da santidade que Ele nos concede. "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado.
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9. Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus.
10. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado." (Hb 12, 1-4).
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11. Por fim, tenhamos em conta que "a Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor (cf. Os 2, 16-17). Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte à vida." (Papa Francisco - mensagem para a quaresma 2024).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.