PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,31-37)(09/02/24).

 

1. Caríssimos, a prática da fé é também a prática da vida, assim, vida e fé se unem ao amor para dar o verdadeiro testemunho da ressurreição do Senhor. A vida de fé exclui todo tipo de descriminação, porém, não é conivente com nenhuma prática invasiva que contradiz suas normas, ou seja, não aceita a mentalidade que nega a veracidade de suas convicções. 

 

2. Desse modo, é justa por não descriminar, mas também por não aceitar ser desacreditada em seu testemunho. Bem como nos ensina são Pedro: "Santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.

 

3. Tende uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo.

Aliás, é melhor padecer, se Deus assim o quiser, por fazer o bem do que por fazer o mal." (1Pd 3,15-17).

 

4. Com efeito, a vivência da fé é graça de Deus que nos faz experimentar a sua presença e o seu auxílio em nossas necessidades. No Evangelho de hoje, a fé daqueles que seguiam Jesus se estende a um surdo mudo em forma de intercessão, ao que Senhor logo atende, todavia, os orienta para não divulgarem seu feito, pois a importância estava em atender o necessitado e não em divulgar a graça que fora concedida. 

 

5. Ora, isso mostra a gratuidade divina e ao mesmo tempo o poder da fé em vista do bem feito ao próximo. Decerto, isso é bem o contrário do nosso tempo em que tudo o que se faz de bom ou de mau vira meme na Internet, basta ter uma celular e uma rede social para se expor.

 

6. De fato, a fé é um testemunho autêntico do que somos em Deus, do que fazemos por amor a Ele e das graças que por Ele nos são concedidas. Ela é também uma antecipação da felicidade eterna do Reino dos Céus, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1).

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7. Por isso, o justo vive da fé, como testifica o Profeta Habacuc (cf. Hab 2,4), porque viver da fé é obedecer a Deus, é amá-lo acima de todas as coisas para estender esse amor a todos como vimos no Evangelho de hoje. 

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8. Amados irmãos e amadas irmãs, chamo a atenção para um detalhe muito importante na cura do surdo mudo narrado nesse episódio; o Senhor Jesus, ao atender o pedido que lhe fora feito, saiu do meio da multidão e em um lugar à parte usou a própria saliva, os gestos e a oração para realizar a cura e libertação do surdo mudo. 

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9. Ora, isso significa que os meios usados para a nossa cura e libertação, são humanos e divinos; por exemplo, os médicos, os procedimentos cirúrgicos, os remédios e em especial a confiança inabalável no poder de Deus, que põe tudo isso à nossa disposição para nos livrar de todo o mal. 

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10. Portanto, caríssimos, o milagre é o bem que fazemos ao próximo por amor ao Senhor. É como Ele mesmo nos ensinou: "O que fizestes ao menor dos meus irmãos foi à mim que o fizestes." (Mt 25,40)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.