PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,13-19)(19/01/24)
1. Caríssimos, o único sentido da missão evangelizadora é fazer chegar o anúncio do nome de Jesus e o poder da Sua Palavra Redentora à todas as almas, por obra e graça do Espírito Santo. Mas, isso requer de nós adesão total ao Senhor e a disposição de servi-lo de todo o nosso coração e com todas as nossas forças, como o fizeram os Apóstolos, os primeiros que foram chamados por Ele.
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2. Ao comentar este Evangelho, disse o Papa Francisco: "Com efeito, «apóstolo», é uma palavra grega que quer dizer «mandado», «enviado». O apóstolo é uma pessoa mandada, enviada a fazer algo, e os Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus, para dar continuidade à sua obra, ou seja, para rezar — é a primeira tarefa do Apóstolo — e, a segunda, anunciar o Evangelho.
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3. Isto é importante, porque quando pensamos nos Apóstolos, poderíamos pensar que só foram anunciar o Evangelho, e realizar muitas obras. Mas nos primórdios da Igreja houve um problema porque os Apóstolos deviam fazer muitas coisas e então constituíram os diáconos, a fim de que lhes sobrasse mais tempo para rezar e anunciar a Palavra de Deus.
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4. Quando pensamos nos sucessores dos Apóstolos, os Bispos, incluído o Papa, porque também ele é Bispo, devemos perguntar se, em primeiro lugar, este sucessor dos Apóstolos antes de tudo reza e depois anuncia o Evangelho: isto significa ser Apóstolo, e por isso a Igreja é apostólica." (Papa Francisco, audiência geral, 16/10/13).
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5. "Deste modo, os bispos, orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente a plenitude da santidade de Cristo. Pelo ministério da Palavra, comunicam a força de Deus para a salvação dos que creem (cf. Rom 1,16) e, por meio dos sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa ordenam com a sua autoridade, santificam os fiéis." (C. D. "Lumen Gentium", sobre a Igreja, § 26).
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6. Comentado esse mesmo Evangelho, disse santo Agostinho: "Os bem-aventurados Apóstolos, foram os primeiros a ver Cristo suspenso na cruz; choraram a sua morte e ficaram atemorizados pelo prodígio da sua ressurreição, mas, logo a seguir, transportados de amor por esta manifestação do seu poder, não hesitaram em derramar o próprio sangue para atestar a verdade do que tinham visto.
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7. Pensai, irmãos, no que foi pedido a esses homens: ir por todo o mundo pregar que um morto tinha ressuscitado e subido ao céu; e sofrer, devido à pregação dessa verdade, tudo o que aprouvesse a um mundo insensato: privações, exílio, cadeias, tormentos, carrascos, feras ferozes, a cruz e a morte.
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8. Teriam sofrido tudo isso por um desconhecido? Teria Pedro morrido para sua própria glória? Teria pregado em proveito próprio? Ele morria e Outro, que não ele, era glorificado por essa morte; ele foi morto e Outro foi adorado. Só a chama ardente da caridade, unida à convicção da verdade, pode explicar semelhante audácia!
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9. Eles pregavam o que tinham visto. Ninguém morre por uma verdade da qual não está seguro. Ou deveriam eles negar o que tinham visto? Mas não negaram, antes pregaram esse morto que sabiam estar perfeitamente vivo.
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10 Eles sabiam por que vida desprezavam a vida presente, sabiam por que felicidade suportavam provas passageiras, por que recompensa padeciam todos esses sofrimentos. A sua fé pesava mais na balança que o peso do mundo inteiro." (Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja - Sermão 311, 2).
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11. Portanto, caríssimos, a fé é o dom por excelência que nos une a Cristo, que por sua vez nos conduz ao Pai, pelo Espírito Santo, como Ele mesmo disse: "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão." (Jo 16,13). Ou seja, é o Espírito Santo que nos garante a autenticidade da sua mensagem salvífica. Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.