PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 2,36-40)(30/12/23)
1. Caríssimos, o Evangelho de hoje conta a história da profetisa Ana, filha de Fanuel, que inspirada pelo Espírito Santo, encontra a Sagrada Família quando da apresentação do menino Jesus no Templo do Senhor e o anuncia à todos quanto esperavam a libertação do povo eleito.
2. Desse modo, Ana se torna uma das primeiras anunciadoras de Cristo, como o Messias enviado por Deus Pai. "A opção da profetisa Ana, cujo nome significa graça, misericórdia, é símbolo da expectativa pela vinda do Senhor. Sua escolha de permanecer no Templo, após um breve período de matrimônio, deu-se por causa de sua esperança messiânica.
3. Com jejuns e orações, pôs-se a serviço de Deus, absolutamente certa de ver realizado seu único desejo: contemplar o Messias. Ela sabia em quem tinha posto a sua confiança. Esta foi também a atitude de muitos outros judeus piedosos, que nutriam no coração o desejo de ver o Salvador.
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4. A fidelidade dessa mulher idosa foi recompensada, pois ela teve a graça de estar no Templo, por ocasião da liturgia da apresentação do menino Jesus e da purificação de Maria. Como Simeão, reconheceu ser aquele menino penhor de libertação para Israel, conforme todos esperavam.
5. E proclamou publicamente esta sua convicção, tornando-se testemunha da missão que seria confiada àquele menino. Profeticamente, Ana colocou-se a serviço do Messias e de todos quantos ansiavam por redenção.
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6. De certo modo, antecipou, também, a futura missão dos apóstolos: proclamar o nome de Jesus por toda a Terra. No âmbito restrito do Templo, anunciou ter-se realizado a promessa divina, e que a salvação havia chegado.
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7. Como Simeão, também ela pode dizer: "Agora, Senhor, podes deixar tua serva ir em paz!" O testemunho de Ana é uma lição de como esperar o Messias: com paciência e perseverança.
8. Oração: Espírito de paciente perseverança, não permitas que meu coração desfaleça, à espera do Messias, confiante de que o Senhor realiza sempre suas promessas." (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta).
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9. São Charles de Foucauld, assim expressou o silêncio do Senhor Jesus como Messias:" [Nosso Senhor:] «Depois da minha apresentação e da minha fuga para o Egito, retirei-Me para Nazaré, onde passei os anos da minha infância e juventude, até aos trinta anos. Foi para vossa instrução que vivi assim: durante estes trinta anos, nunca deixei de vos instruir, não por palavras, mas pelo meu silêncio e o meu exemplo.
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10. Exemplo de quê? Exemplo de piedade, de cumprimento amoroso dos deveres para com Deus, de bondade com todos os homens, de ternura com os que nos rodeiam, dos deveres domésticos santificados; de pobreza, de trabalho, de abjeção, de recolhimento, da obscuridade de uma vida escondida em Deus, de uma vida de oração, de penitência, de recolhimento, perdida e encerrada em Deus.
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11. Eu preguei a humildade em Nazaré, passando trinta anos de trabalho obscuro; a obscuridade de permanecer desconhecido durante trinta anos, Eu, que sou a luz do mundo; a obediência, Eu, que durante trinta anos fui submisso a meus pais, santos sem dúvida, mas homens, e Eu, sou Deus!" (São Charles de Foucauld).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.