Um pedido aos nossos irmãos protestantes

 

Não vivemos nos tempos das guerras religiosas entre cristãos, mas infelizmente alguns dos nossos irmãos protestantes não parecem muito dispostos ao diálogo e a nos respeitarem. Isso eu noto há muitos anos: aqui no Brasil é comum que um grande número de protestantes atire pedras nos católicos. Digo metaforicamente, pelo menos.

E no entanto, com o ecumenismo, existe um grande esforço de entendimento lançado pela Igreja Católica. Nosso Papa Francisco mantém inclusive diálogo de alto nível com lideranças evangélicas, do luteranismo por exemplo.

Não sei se procede, mas me parece que no Brasil o protestantismo está muito atrasado nesse assunto e o mais comum tem sido difamação contra a Igreja Católica.

Embora tais acusações já tenham sido milhões de vezes respondidas, o chavão é dizer que os católicos são idólatras, porque adoram imagens.

Ora, nós não adoramos imagens. Isso era um hábito em povos pagãos dos tempos do Velho Testamento, e que contaminava muitos judeus. Mas era uma época mais rude e primitiva. Hoje em dia é difícil aceitar que alguém possa acreditar que uma simples estátua, feita por mãos humanas e que pode ser destruída por mãos humanas, seja um ser vivo e pior, uma divindade.

Ou será que os nossos irmãos protestantes acham que nós católicos somos idiotas?

Ora, Deus não proibiu fabricar imagens, proibiu fabricar imagens de ídolos, como explicou o Professor Felipe Aquino. E tanto que o próprio Deus ordenou a Moisés que fossem esculpidos querubins (Êxodo 25,18) para a Arca da Aliança, além da serpente de bronze.

A atitude iconoclasta traz consigo curiosas implicações. Será que se deveria demolir o Cristo Redentor e também todas as obras de estatuaria? E todas as estátuas de personalidades em praça pública, como a de Araribóia em Niterói, são idolatricas e deveriam ser derrubadas?

Mas por que ficar nas estátuas? E os desenhos, as pinturas, as fotografias, o cinema e a televisão? Tudo isso mexe com imagens. Será que nossos irmãos protestantes não possuem retratos de seus entes queridos?

Podemos aqui utilizar uma antanagoge ou devolução do argumento: se o problema é idolatria, o que dizer da idolatria largamente praticada em alguns ambientes protestantes? A chamada "teologia da prosperidade"? Adorar o dinheiro, o conforto, o luxo e o prazer. Achar que só está na graça de Deus o crente que estiver "cheio da grana". Em suma, tenho perguntado isso várias vezes, se os nossos irmãos protestantes se preocupam com o problema da idolatria, por que não o combatem dentro das suas próprias fronteiras?

Convém esclarecer que eu não estou generalizando. Com certeza entre os irmãos protestantes existem muitos que não têm a mania de desprezar e atacar os católicos com falsas acusações, mas infelizmente as pedras contra católicos continuam a ser atiradas em espaços de mídia, como se ainda prevalecesse a mentalidade do século 17, quando os holandeses dominaram o Nordeste, chamavam os católicos de papistas e católicos foram martirizados.

Eu peço enfim, aos nossos irmãos protestantes, que parem com seus ataques e convivam sem ódio e arrogância com os católicos.

 

(Na imagem: o Papa Francisco brincando com crianças.)