Homilia do 26°Dom do tempo comum (Mt 21,28-32)(01/10/23)

 

Na segunda leitura desta liturgia assim escreveu são Paulo: "Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão,

completai a minha alegria, permanecendo unidos.

 

Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos.

Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros." (Fl 2,1-4).

 

1. Caríssimos, a ambiguidade é uma via de mão dupla causadora de grandes desastres com enormes perdas para aqueles que a transitam. Bem ao contrário é a sinceridade de caráter, que leva os que transitam por ela a encontrar-se com Deus, por não se deixar levar pela tentação de viver a fé só de aparências.

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2. De fato, precisamos dar a Deus o que é de Deus, a nossa vida, o nosso tempo e o nosso modo de ser e estar no mundo para transparecermos claramente que Dele dependemos cem por cento como dependemos do ar que respiramos, para que assim o nosso testemunho seja verdadeiro e convincente; e não algo aparente, em nada condizente com o que significa ser conduzidos pelo Espírito Santo.

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2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a parábola dos dois filhos; o primeiro à princípio não obedeceu o pedido do seu pai; mas, arrependido de sua desobediência, votou atrás e fez o que era do seu agrado. Ora, isso significa que o arrependimento e a volta à obediência mudou totalmente as suas atitudes e ações. 

 

3. Por outro lado, o segundo filho lhe disse que sim, mas não cumpriu o que havia dito; ao que Jesus perguntou aos Sumos sacerdotes e anciãos do povo: "Qual dos dois fez a vontade do pai?” Prontamente responderam o primeiro. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 

 

4. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”. (Mt 21,31-32). 

 

5. De fato, crer é obedecer, por isso, não podemos enganar a nós mesmos achando que estamos fazendo a vontade de Deus só pelo fato de participarmos das ações litúrgicas, porém, sem a devida correspondência ao que Deus nos fala por meio delas; e quando isso acontece a nossa prática religiosa não passa de falsa piedade. 

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6. Portanto, caríssimos, uma das características das Parábolas contadas por Jesus é inserir os seus ouvintes nelas, e foi exatamente isso o que o Senhor fez no Evangelho de hoje, ou seja, mostrou aos sumos sacerdotes e anciãos do povo o quão nefasta era sua prática religiosa, pela dureza de coração, pela falta de misericórdia e de amor. 

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7. Destarte, a nossa conversão é um processo constante que não pode ser interrompido, pois, se o fizermos deixamos de seguir o Senhor Jesus no caminho da graça santificante, para seguir a via torta da ambiguidade em que o engano é prática constante cujos frutos são a incoerência e os falsos juízos.

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8. Discorrendo sobre o nosso processo de conversão, escreveu são Clemente de Alexandria: "As portas estão sempre abertas a quantos se voltarem para Deus com sinceridade e de todo o coração e é com imensa alegria que o Pai recebe um filho verdadeiramente arrependido."

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Amados irmãos e amadas irmãs, "a verdadeira conversão pressupõe que deixemos de pecar e que não olhemos mais para trás. Lamentemos amargamente, pois, os erros cometidos e peçamos ao Pai que os esqueça. Ele pode, na sua misericórdia, desfazer o que foi feito e, com o orvalho do Espírito, apagar as nossas faltas passadas." Amém! Assim seja!

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.