Homilia do 24°Dom do TC (Mt 18,21-35)(17/9/23)

 

1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra um dos dons de Deus que mais precisamos para nos manter seguros no caminho da salvação; trata-se do perdão que brota da inesgotável misericórdia do Senhor, cujo exercício é fundamental "para vivermos em santidade e justiça diante Dele todos os dias de nossa vida."

 

2. De fato, para alcançarmos a graça santificante do seu amor precisamos perdoar sempre como Jesus nos ensinou no Evangelho de hoje. Isto porque o ato de julgar sem sermos justos ou chamados para isto, nos leva a portar em nossas almas os pecados de quem julgamos. E se assim procedemos, tais pecados ocupam o espaço que antes em nós pertencia à divina misericórdia.

 

3. No Evangelho de hoje são Pedro interpela o Senhor Jesus a respeito do perdão que devemos dar à quem nos ofende: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." Ou seja, assim como o Reino de Deus não tem limite, de igual modo as virtudes da misericórdia e do perdão que nele vivemos também não tem limite. 

 

4. Desse modo, compreendemos que para sermos perdoados, precisamos perdoar sempre, pois o perdão é a maior fonte de cura e libertação que Deus nos deu por seu Filho, nosso Senhor Jesus, que do alto da cruz intercedeu por seus algozes: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem." (Lc 23,34a).

 

5. Com efeito, após o diálogo com Pedro, Jesus conta a parábola sobre um homem que mesmo perdoado de sua dívida impagável; não teve compaixão de um de seus companheiros que lhe devia uma quantia insignificante. Ora, e por que não dizer que entre nós isso também acontece frequentemente?

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6. De fato, quando nos deixamos tomar pela mágoa, o rancor e o ressentimento, já não existe espaço em nossas almas para as graças de Deus serem derramadas nelas; desse modo, só nos resta os sofrimentos causados pelo veneno mortífero do ódio e do desejo de vingança. 

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7. Portanto, caríssimos, quando o Senhor Jesus nos ensinou a oração do Pai nosso, nela está contido o pedido de perdão, porém, do mesmo modo com que perdoamos, por isso, o Senhor acrescentou: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15).

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8. Destarte, a todo momento sofremos a tentação de limitar o perdão ou até de elimina-lo da nossa prática de vida. Todavia, não podemos esquecer que o perdão está diretamente ligado ao amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Por isso, perdoar é amar, é fazer a vontade de Deus, como o Senhor Jesus nos ensinou.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.