PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,31-37)(05/9/23)
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1. Caríssimos hoje teremos uma pequena aula de catequese a respeito da presença do mal e de sua influência em meio à criação. E vamos começar por algumas perguntas muito pertinentes; ora, tudo o que Deus criou é bom, é belo, é perfeito, mas como e por que o mal existe?
2. Qual a razão de ser do mal, se Deus é infinitamente perfeito e tem todo poder sobre o céu e a terra e sobre todas as suas criaturas? Ora, como explicar essa dicotomia existente em meio à criação? É possível compreendermos tudo isso à luz da razão ou somente à luz da fé?
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3. Busquemos essas respostas no Catecismo da Igreja: "Os anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar para o seu último destino por livre escolha e amor preferencial. Podem, por conseguinte, desviar-se. De fato, pecaram. Foi assim que entrou no mundo o mal moral, incomensuravelmente mais grave que o mal físico.
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4. Deus não é, de modo algum, nem direta nem indiretamente, causa do mal moral. No entanto, permite-o por respeito pela liberdade da sua criatura e, misteriosamente, sabe tirar dele o bem. Mas nem por isso o mal se transforma em bem." Porém, como nos ensina são Paulo: "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rom 8,28).
5. De fato, o testemunho dos santos não cessa de confirmar essa verdade. Assim, Santa Catarina de Sena diz aos "que se escandalizam e se revoltam contra o que lhes acontece: "Tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem, e a nenhum outro fim." E Juliana de Norwich, disse: «Compreendi, pois, pela graça de Deus, que era necessário ater-me firmemente à fé […] e crer, com não menos firmeza, que todas as coisas serão para o bem".
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus no momento em que ensinava as pessoas na Sinagoga de Cafarnaum; "um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, gritou em alta voz: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!”. Jesus o ameaçou, dizendo: “Cala-te, e sai dele!” Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum." (Lc 4,33-35).
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7. De fato, "Deus todo-poderoso […] sendo soberanamente bom, nunca permitiria que qualquer mal existisse nas suas obras se não fosse suficientemente poderoso e bom para do próprio mal, fazer surgir o bem» (CIC 311). Decerto, a liberdade dos anjos e dos homens não significa a independência de Deus, pelo contrário, ela nos leva à perfeita comunhão de amor com Ele; sem isso tudo é caos infinito, tudo é inferno.
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8. Portanto, caríssimos, "Nós cremos firmemente que Deus é o Senhor do mundo e da história. Muitas vezes, porém, os caminhos da sua Providência nos são desconhecidos. Só no fim, quando acabar o nosso conhecimento parcial e virmos Deus «face a face» (1Cor 13,12), é que nos serão plenamente conhecidos os caminhos pelos quais, mesmo através do mal e do pecado, Deus conduz a criação ao repouso desse Sábado definitivo em vista do qual criou o céu e a terra." (CIC 311-314).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.