PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 12,38-44)(10/06/23).
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Caríssimos, dar e receber faz parte da pedagogia divina para o bem de nossas almas e a nossa salvação. Tudo o que vemos ou temos pertence a Deus e isso é inegável, pois qual de nós naturalmente permanecerá aqui para sempre? No entanto, quando nos apegamos seja a quem for e ao que for, tal apego tende a ocupar o lugar de Deus em nossa coração e assim deixamos de ama-lo devidamente sobre todas as coisas.
Porém, quando a tudo renunciamos, o Senhor cuido muito bem do que é seu e que temporariamente nos dá. De fato, essa certeza nos livra do egoísmo e do apego às coisas deste mundo; como bem nos ensinou São Paulo: "Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto." (1Tim 6,8-9).
Na primeira leitura o Anjo Rafael dá a Tobit e seu filho um conselho sublime: "Fazei o bem, e o mal não vos atingirá. É valiosa a oração com o jejum, e a esmola com a justiça. Melhor é pouco com justiça, do que muito com iniquidade. Melhor é dar esmolas, do que acumular tesouros. A esmola livra da morte e purifica de todo pecado. Os que dão esmola serão saciados de vida. Aqueles, porém, que cometem o pecado e a injustiça, são inimigos de si mesmos." (Tb 12,7-9).
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Sem dúvida, vivemos num mundo de extrema riqueza e também de extrema pobreza, onde os pretensos donos dos bens materiais usufruem deles, porém, vitimando, com sua ganância, a maioria que morre à míngua sem nada poder fazer. Ora, "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua vida?" (Mt 16,26).
Porquanto, perguntamos, onde está o Senhor em meio a tudo isso? Está nas dores dos injustiçados, nas filas dos hospitais, na fome dos desamparados e em tudo o que se assemelha à morte de cruz de seu Filho amado; desse modo, Ele denuncia as injustiças cometidas contra seus filhos e filhas que padecem com Ele as dores deste mundo.
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Portanto, caríssimos, de uma coisa fiquemos certos, todos estamos a caminho do juízo final, e como ele sará? Será conforme as obras de misericórdia praticadas ou não, como vemos no Evangelho de São Mateus, em que o Senhor Jesus dirá em sua sentença final: "Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e na prisão e me visitantes.
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Então, lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e te socorremos? E ele responderá: Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes pequeninos, foi a mim que o fizestes." (Mt 25,42-45)
Mas, atenção para o contrário disso, pois, a sentença será adversa: "Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna. (Mt 25,45-46).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.