Homilia do Dom de Pentecostes (Jo 20,19-23)(28/05/23). 

 

Caríssimos, como um fogo abrasador, o Espírito do Senhor, desceu sobre Maria e os Apóstolos no dia de Pentecostes e renovou a face da terra; desde então, a Igreja, esposa de Cristo, é composta por todos os seus filhos e filhas que nascem da água e do mesmo Espírito que O gerou no seio de Sua Mãe Santíssima. Em outras palavras, esse novo nascimento é também nosso Pentecostes, pois de igual modo, o Espírito Santo veio sobre nós no momento em que fomos batizados.

 

Então, perguntemos, o que é mesmo Pentecostes? É a vinda do Espírito Santo prometido por Cristo; diz-se também do nascimento da Igreja, tendo em Maria e nos Apóstolos a sua visibilidade. Em meio a tudo isso, a Igreja é Cristo e Cristo é a Igreja, exatamente como Ele mesmo a descreve, ou seja, como a videira cuja seiva é o Espírito Santo, e o Pai Eterno, é o Agricultor que com seu divino amor poda, renova seus ramos e multiplica os seus frutos para que todos tenham a vida divina.

 

Decerto, Pentecostes é também a manifestação da Palavra, proclamada pelos Apóstolos, e escutada por todas as nações presentes e futuras, pois o Espírito do Senhor continua a obra da redenção dos homens até o fim do mundo. De modo que, a pregação da Palavra e o testemunho dela continua a gerar frutos de conversão, sinais e prodígios. 

 

Mas, atenção porque hoje em dia se difunde muito a palavra humana e se esquece facilmente da Palavra Divina; o resultado são as falsas notícias, a multiplicação das calúnias, a difusão do ódio, das divisões e de todos os males advindos do pecado da palavra falada, escrita e multimídia, até mesmo entre os cristãos que não se deixam conduzir pelo Espírito Santo. 

 

Por isso, muito cuidado com os pecados das palavras porque eles são venenos para a alma; nunca os escute. Pois, como disse o Senhor: "O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro. Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." (Mt 12,35-37).

 

Portanto, caríssimos, "O Espírito Santo restitui o paraíso, concede-nos entrar no reino dos céus e voltar à adoção de filhos. Dá-nos a confiança de chamar a Deus nosso Pai, de participar da graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz, de tomar parte na glória eterna, numa palavra, de receber a plenitude de todas as bênçãos tanto na vida presente quanto na futura. 

 

Dá-nos ainda contemplar, como num espelho, a graça daqueles bens que nos foram prometidos e que pela fé esperamos usufruir como se já estivessem presentes. Ora, se é assim o penhor, qual não será a plena realidade? E, se tão grandes são as primícias, como não será a consumação de tudo?" (Do Livro Sobre o Espírito Santo, de São Basílio, bispo)(Cap 15,35-36: PG 32,130-131)(Séc.IV)

 

Destarte, supliquemos humildemente a graça da plenitude do Espírito Santo: "Ó vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Senhor Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.

 

Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém! 

 

Paz e Bem! 

 

Frei Fernando Maria OFMConv.