PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 16,23b-28)(20/05/23)
Caríssimos, todos os escolhidos por Deus para o serviço da salvação das almas, têm a assistência permanente do Espírito Santo, "pois os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis." (Rm 11,29). De fato, todos nós que vivemos essa luta espiritual contra as forças do mal, precisamos da permanente proteção do Senhor para que a Sua salvação chegue aos confins do universo.
Com efeito, seguir a Cristo e anunciá-lo, é depositar Nele todos aqueles que encontramos na evangelização que fazemos; para que participem conosco da sua misericórdia e do seu amor. Todavia, isso requer vigilância constante como Ele nos eninou: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26:41). Ou seja, a oração é a graça de todo momento que nos mantém em comunhão com a vontade do nosso Pai celestial.
Ora, estas são as armas usadas na luta espiritual contra o mal. Ou seja, as mesmas que Jesus usou e nos ensinou a usar; a oração como dom por excelência de comunicação entre nós e Deus, nosso Pai Eterno, pela ação do Espírito Santo. E o poder da Sua Palavra de vida eterna, com o qual Ele venceu todas as tentações e siladas do maligno. (cf. Mt 4,1-11).
Com efeito, a verdade suplanta toda iniquidade que se levanta contra os filhos e filhas de Deus que ainda estão neste mundo de provações. O Senhor também nos dá como armas espirituais os Santos Sacramentos como graças sensíveis que nos faz viver unidos à Ele num só corpo, a Sua Santa Igreja. Decerto, essas armas são invencíveis porque contém o poder de Deus que reina para sempre e luta conosco à nossa frente.
De fato, somos obras de suas mãos criados por amor para vivermos a mesma unidade da Santíssima Trindade como o Senhor Jesus nos ensinou: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.
Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim." (Jo 17,20-23).
Portanto, caríssimos, ouçamos com atenção estas palavras de São João Maria Vianey: "Eis o que disse o Senhor aos seus Apóstolos: "Até agora não pedistes nada em meu nome: pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa". Isto mostra-nos que a oração é a fonte de todos os bens e de toda a felicidade que podemos esperar neste mundo.
Tendo isto em conta, meus irmãos, se somos pobres e desprovidos das luzes e dos bens da graça, é porque não rezamos ou rezamos mal. Não fiquemos espantados com o fato de o demônio fazer tudo o que pode para nos levar a deixar de rezar ou a rezar mal; ele compreende bem melhor que nós como o inferno teme a oração, e que é impossível Deus recusar-nos aquilo que Lhe pedimos na oração.
Quantos pecadores deixariam o pecado se tivessem a felicidade de recorrer à oração! Uma oração bem feita é como um bálsamo que se expande na nossa alma, parecendo fazê-la sentir desde já a felicidade que os bem-aventurados gozam no Céu."
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.