PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 14,21-26)(08/05/23)

 

Caríssimos, existe em nós uma necessidade que nem sempre a levamos em conta, talvez poucos de nós a observamos com precisão, trata-se da necessidade de ouvir o Senhor. Nos acostumamos, em nossas preces, pedir, pedir, pedir; e ao que parece nossas orações se resumem num monte de pedidos e às vezes infindáveis; raramente alguém pára, com o firme propósito de ouvir o Senhor, louva-lo e agradece-lo. 

 

É interessante notar que esse dom do Espírito Santo, que chamamos oração, é o meio de comunicação mais fácil e eficaz para encontrar o Senhor e ouví-lo nas mais diversas situações de nossa vida num verdadeiro colóquio filial. Mas isso requer disciplina e perseverança a fim de vencermos a nós mesmos, e sermos fiéis a esse custume tão benéfico.

 

Com efeito, olhando para o exemplo do Senhor Jesus no exercício desse dom, vemos que tudo o que Ele realizou, o fez em oração e por meio da oração, desse modo, nos ensina que a oração é encontro, é escuta, é colóquio, é meio eficaz para se realizar a vontade do Pai. Decerto, a fé e a oração são os dons do Espírito Santo por excelência que nos mantém seguros da sua presença e proteção.

 

No Evangelho de hoje, duas atitudes chamam a atenção, a primeira delas é a escuta, a segunda é a obediência; para assim pôr em prática o que foi escutado. De fato, quando isso acontece, experimentamos de imediato o amor do Senhor e a Sua presença em nossa vida em tão alto grau que tudo se torna meio para realizarmos a Sua Santa vontade. 

 

Escutemos, então, o que nos diz o Senhor: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada." (Jo 14,24) Ou seja, a fé é prática, realiza o que acredita, pois é isso o que Deus nos dá à viver, porque nos ama. Aliás, rezar é amar a Deus e ser amado por Ele, é encontra-lo no mais íntimo de nossas almas. Quem não reza não cresce na fé e dificilmente alça alguma graça.

 

Portanto, caríssimos, "como é a nossa oração, assim é também a nossa vida." Porque rezar é manter-se na presença de Deus, e manter um diálogo filial com Ele na certeza de que somos ouvidos e atendidos não somente em nossas necessidades, mas também nas daqueles por quem intercedemos. Enfim, rezar é também se pôr disponível para a realização do plano de Deus para a nossa salvação.

 

Destarte, somos habitação do Espírito Santo, por isso, não existe espaço em nossas almas para mais nada fora Dele. Qualquer coisa que pusermos no lugar que é só do Senhor, é uma ofensa, é um pecado, é um mal que fazemos à nós mesmos, por contrariarmos à Sua Santa Vontade. Pois quem vive segundo a vontade do Senhor nada lhe falta, absolutamente nada. 

 

Paz e Bem! 

 

Frei Fernando Maria OFMConv.