PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,27-33)(16/02/23)

 

Caríssimos, o jeito mais fácil de se conhecer uma pessoa é interroga-la ou ser interrogado por ela, desse modo, conhecemos quem somos e quem nos interroga, para assim interagirmos com mais fluidez ou não, dependendo das respostas. De fato, quem pergunta quer sempre saber ou informar algo que leva ao essencial, ao sentido mais profundo da vida ou do que se quer conhecer e comunicar.

 

Por isso, quem vive da fé nunca perde tempo com as futilidades deste mundo, como nos ensina o salmista: "Ó poderosos, até quando tereis o coração endurecido, no amor das vaidades e na busca da mentira?" (Sl 4,3). Principalmente nesse nosso tempo de tantas falsas notícias e impropérios que levam ao inferno da desinformação, do desperdício de tempo e da incapacidade de gerar e transmitir as boas novas da salvação.

 

Com efeito, vivemos do que comunicamos, por isso, é essencial a comunhão com o Senhor Jesus que foi enviado por Deus Pai para nos fazer conhecer a verdade e permanecer nela, que nos liberta das mentiras e de seus derivados, que são as calúnias, maledicências e os pensamentos vãos. De fato, sem a verdade a vida não passa de uma triste ilusão com um fim trágico.

 

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. (Mc 8,27-29). Ou seja, não basta ter informações a respeito do Senhor Jesus, é necessário conhece-lo, ama-lo e segui-lo fielmente como o Messias enviado por Deus Pai.

 

"Em seguida, Jesus começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente.

 

Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreende-lo. Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás!” Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. (Mc 8,30-33). Ou seja, Pedro a princípio acreditava num messias ideal; no entanto, o Senhor lhe mostrou que era o Messias real, homem-Deus que sofre como um de nós sem deixar de ser Deus. 

 

Portanto, caríssimos, é muito fácil seguir o Senhor Jesus sem se comprometer com Ele para não ter de carregar a cruz de cada dia. E de fato, quem vive em busca de fama, dinheiro, poder e prazer, quando se depara com as dores e tristezas que essas armadilhas escondem, caem nas desgraças que elas comportam tornando-se um caminho sem volta muito distante do caminho do Senhor.

 

Destarte, o caminho da cruz não é fácil, porque requer fé, renúncia da própria vontade e das vantagens que este mundo oferece. No entanto, quem deixa tudo para seguir o Senhor Jesus, tem plena consciência que o tudo deste mundo não vale nada, pois, como disse Pedro: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!" (Jo 6,68-69).

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.