PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,11-13)(13/02/23)
Caríssimos, a nossa existência é uma grande graça de Deus, pois somos sinais do seu amor e da sua presença neste mundo; no entanto, isso não nos isenta de sofrermos as tentações que se apresentam querendo nos tirar o privilégio de sermos a "imagem e semelhança de Deus". Por isso, estamos numa grande luta espiritual cujo campo de batalha é a nossa alma.
De fato, sentimos dentro de nós o poder persuasivo da concupiscência que tenta nos arrastar para as dependências psíquicas, físicas, morais e espirituais, de forma que se não lutarmos terminamos cometendo os mais insanos atos, como vimos acontecer com Caim na primeira leitura desta liturgia.
Decerto, em meio às tentações deste mundo, como vimos nessa leitura, Deus nunca nos deixa sozinhos, pois fala em nossa consciência por meio do conselho do Espírito Santo nos ajudado a vencer a nós mesmos e o maligno de quem provém todas as tentações. De fato, todos somos tentados, mas nos mantemos livres à medida que escutamos o conselho do Senhor e lhe obedecemos.
Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Francisco: "O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai, que Jesus quis revelar em toda a sua vida. Não há página do Evangelho que se possa subtrair a este imperativo de amor que nos perdoa. Mesmo no último momento da sua existência terrena, ao ser pregado na cruz, Jesus tem palavras de perdão: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23,34).
Nada que um pecador arrependido apresente diante da misericórdia de Deus pode permanecer sem o abraço do seu perdão. É por isso que nenhum de nós pode impor condições à misericórdia; porque permanece sempre como um ato de gratuidade do Pai Celestial, um amor incondicional e imerecido.
Portanto, não podemos correr o risco de nos opor à plena liberdade do amor com que Deus entra na vida de cada pessoa. A misericórdia é esta ação concreta de amor que, perdoando, transforma e muda a nossa vida. Assim se manifesta o seu mistério divino.
Deus é misericordioso (cf. Ex 34,6), a sua misericórdia dura para sempre (cf. Sl 136); de geração em geração abraça cada pessoa que confia nele e a transforma, dando-lhe a própria vida." (Papa Francisco - Carta Apostólica Misericordia et misera, n.2).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.