SOL. DA EPIFANIA DO SENHOR (Mt 2,1-11)(08/01/23)

 

Caríssimos, se examinarmos os nossos desejos percebemos que o maior de todos é ver a Deus face a face, é encontar-lo tal como Ele é na sua infinita glória. Decerto, esse também foi o grande desejo de Moisés: “Mostrai-me vossa glória.

Mas, ajuntou o Senhor, não poderás ver a minha face, pois o homem não me poderia ver e continuar a viver. Quanto à minha face, ela não pode ser vista”. (Êx 33,18.20.23).

 

Com efeito, a Epifania é a manifestação de Deus à humanidade representada pelos três reis magos que guiados por uma estrela vieram do oriente para encontrar e adorar o Filho de Deus em nossa carne, como narra são Mateus: "E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 

 

Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra." (Mt 2,9-11). 

 

Ou seja, eles reconheceram o menino Deus na simplicidade do presépio e ofereceram três presentes proféticos: o ouro ao rei; o insenso a Deus, e a mirra anunciando a sua paixão, morte e ressurreição. Mas, realizaram tudo isso quando se puseram a caminho para encontrar Aquele que lhes falava ao coração e também pelo sinal da estrela. 

 

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: “Habitados por uma profunda saudade do infinito, os magos perscrutam o céu e deixam-se maravilhar pelo fulgor duma estrela, representando assim a tensão para o transcendente que anima o caminho das civilizações e a busca incessante do nosso coração. 

 

Decerto, aquela estrela deixa no coração deles precisamente uma pergunta: Onde está aquele que acaba de nascer? Na realidade, os Magos não se detêm a olhar o céu e contemplar a luz da estrela, mas aventuram-se numa viagem arriscada que não prevê, à partida, estradas seguras nem mapas definidos. Pretendem descobrir quem é o Rei dos Judeus, onde nasceu, onde podem encontrá-Lo.

 

De fato, sem um contínuo caminhar e um diálogo constante com o Senhor, sem a escuta da Sua Palavra e sem perseverança, a fé não pode crescer. Não basta qualquer ideia sobre Deus nem qualquer oração que acalma a consciência, é preciso fazer-se discípulo seguindo Jesus e o seu Evangelho, falar de tudo com Ele na oração, procurá-Lo nas situações do dia a dia e no rosto dos irmãos”. (Papa Francisco - Solenidade da Epifania do Senhor (06/01/23).

 

Oremos: "Hoje, Senhor, revelaste o Teu Filho único às nações» (oração coleta)

 

Por isso Te damos graças, «Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina" (Jo 1,9); e foi precisamente para isso que vieste ao mundo, tomando forma humana. 

 

Ela resplandece sobre Jerusalém, a nossa mãe (cf Gl 4,26), mãe de todos os que mereceram ser iluminados; e ilumina desde agora quantos estão no mundo. 

 

Nós Te damos graças, Luz verdadeira, que Te fizeste Luz para iluminar Jerusalém e para que o Verbo, a Palavra de Deus, Se tornasse "farol para os meus passos" (Sl 119,105).

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.