PERENIDADE DA IGREJA

FONTE: Texto extraído do livro: Simão Pedro de

George Chevrot tradução de Emérico da

Gama Pags. 66/67

AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA ELA:- Esta solene promessa é a um tempo grave e animadora. Pressupõe um compromisso e constitui simultaneamente uma prova da divindade de Cristo e a certeza da divindade da sua Igreja.

Para nós, essas duas verdades confundem-se, dado que a Igreja é o corpo de Cristo. Que homem se atreveria a afirmar que a sua obra permanecerá para sempre? Uma instituição capaz de durar para sempre escapa às leis humanas. Sendo o seu fundador Deus e homem, a Igreja é simultaneamente divina e humana. E ainda que, por ser humana, participe das imperfeições de todas as obras dos homens, é preciso reconhecer que, desafiando as leis comuns a todas as sociedades humanas, ela nos aparece como necessariamente divina.

Mas a pregação de Jesus contém um elemento cuja realização faz realçar ainda mais a divindade da Igreja. Se já é prodigioso o fato de a Igreja ser uma instituição que há de permanecer para sempre (ao contrário das sociedades humanas, condenadas a desaparecer, mais prodígios ainda é que essa permanência se verifique apesar dos contínuos assaltos dos poderes infernais. O que é admirável, incomparavelmente e totalmente divino, é que esta religião que sempre foi combatida, tenha subsistido sempre. Mil vezes esteve a ponto de destruição total e, sempre que este perigo a ameaçou, Deus a levantou por atos extraordinários do seu poder. Há católicos que se deixam impressionar por tudo quanto a Igreja tem de demasiado humano, no passado ou no presente; outros receiam que o futuro lhe reserve um mundo na sua maioria pagão ou paganizado. Como é bom nesses momentos lembrar-se da promessa de Cristo, cuja fiel realização é fácil comprovar historicamente!

Pode surpreender-nos a perseguição declarada ou a luta insidiosa? Não é só da maldade dos homens que a Igreja tem que defender-se para prosseguir a sua obra de conquista. Cristo não o ocultou: sempre as potências do mal se levantarão sem descanso contra o reino de Deus. Por que havemos de esperar um tranqüilo repouso, que por outro lado seria funesto para a virtude dos cristãos? Jesus anunciou-nos o ódio do inferno, as suas violências e astúcias, as suas manhas adormecedoras e as suas traições assassinas. Mas se é certo que a hostilidade do inferno nunca se desarmará em face da Igreja de Cristo, tão justamente chamada militante, também é certo que esta jamais será vencida.

"AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA ELA"

Antônio Oliveira
Enviado por Antônio Oliveira em 06/12/2007
Código do texto: T766873