“Falava este ainda quando veio outro e disse... Jó 1.16

Filhos e filhas, casa, bois, jumentos e ovelhas, e por fim a própria integridade física. Tudo isso perdeu Jó em uma sucessão de catástrofes seguidas pela seguinte declaração: “Falava este ainda quando veio outro e disse”. O dizer do outro era sempre um golpe no coração por causa dos filhos; na estabilidade financeira por causa dos bens que possuía; na autoestima por causa da saúde. Enfim, este homem foi à lona, chegou ao pó. Uma pessoa nobre e respeitada, alguém que consolava a muitos, agora precisava de consolo. Alguém que ensinava, agora precisava aprender, alguém que cuidava, agora precisava de cuidados.

Às vezes acontecem coisas na vida que nos fazem lembrar do patriarca Jó, inclusive usamos ele como modelo de paciência, como alguém que perdeu tudo que um homem poderia ter, mas que permaneceu firme em seu propósito de adorar a Deus, isso porque os sofrimentos que passamos na vida não tem como objetivo nos afastar de Deus, pelo contrário, o apostolo Paulo disse certa vez que “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).

Vivemos em um mundo onde a influência do pecado trouxe consequências nefastas em todas as áreas da vida. São famílias destruídas, doenças que nos acometem, relacionamentos que se rompem, dívidas que fazemos e por aí vai. Estamos sujeitos a todas essas coisas, contudo devemos aprender a lidar com a dor e o sofrimento a partir de uma perspectiva bíblica. Hoje, se nos perguntássemos qual é o propósito do livro de Jó, ou quem mais se beneficia com ele, certamente somos nós mesmos.

Jó não sabia o que estava acontecendo, sua esposa não sabia, seus amigos também não. Porém, mesmo sem saber, este homem nos deu uma lição maravilhosa que poderemos aplicar somente com a ajuda do Espírito Santo. Após as tragédias ocorridas diz a bíblia da seguinte forma: “Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.20–22).

A história deste homem aponta para uma história maior, ou seja, Jesus, este sim era inocente, justo e sem pecados. Ele foi esmagado, moído por nossas iniquidades para que tivéssemos vida em abundância, mesmo em meio aos infortúnios que passamos. Não precisamos perder a esperança, precisamos saber o que Deus está fazendo em nós e por meio de nós.

Rev. Marcelo Junio