PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 12,24-26)(10/8/22)

 

Caríssimos, não podemos entender por nós mesmos o porquê do sofrimento dos justos; no entanto, a fé em Cristo sofredor é uma força vigorosa que nos faz antever a glória futura dos que foram macerados neste mundo por conta da sua obediência e fidelidade a Deus. 

 

Contudo, perguntemos: onde está Deus no sofrimento dos inocentes? Aonde sempre esteve, como no terrível sofrimento do seu amado Filho, ou seja, passando pelo mesmo suplício, como o Senhor mesmo revelou: “Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.” (Mt 25,40).

 

De fato, é um grande mistério o padecimento dos filhos e filhas de Deus, de modo que, só entende quem permanece unido a Ele até o fim, e isso significa que "tudo é possível ao que crer" para além das provações e dos desafios que a razão humana não consegue entender, mas que pela fé tudo suporta e supera.

 

Com efeito, neste mundo tudo tem fim, o que se pode dizer também do sofrimento dos inocentes. A esse respeito escreveu são Paulo: "Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser

manifestada." (Rm 8,18). Ou seja, para além do sofrimento momentâneo deste mundo existe um gozo infinito que Deus concede aos seus filhos e filhas no dia de sua páscoa definitiva.

 

Portanto, caríssimos, como nos ensinou o Senhor no Evangelho de hoje: "Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto." (Jo 18,24). Ou seja: "O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão.

 

Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena." (Mt 10,24-25.28).

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.