Homilia do 15°Dom do Tempo Comum (Lc 10,25-37)(10/07/22)
Amados irmãos e amadas irmãs, por nossa condição natural normalmente interagimos com as demais criaturas em busca do bem viver, uma vez que dependemos umas das outras; no entanto, só isso não nos basta, pois, o que mais desejamos é a felicidade eterna, e essa somente Deus pode nos dar e ninguém mais.
Na primeira leitura Moisés mostra ao povo Eleito que a Palavra de Deus é a sua voz escrita que os orienta e conduz a fim de que sejam felizes pondo em prática o que Ele lhes ensina: "Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos nesta lei. Esta palavra está ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir."(Dt 30,10.14)
Na segunda leitura são Paulo nos ensina que o Senhor Jesus é Deus visível e atuante no meio de nós: "Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois, por causa dele, foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. (Cl 1,15-17).
E tudo isso experimentamos por meio da fé, porque é ela que nos leva à plena comunhão com o Senhor Jesus, o qual por seu sacrifício e morte de cruz venceu o pecado, o poder do inferno e a morte para nos dar a vida eterna. Desse modo, como nos ensina são Paulo: "Porque é nele que vivemos, nos movemos e somos." (At 17,28).
No Evangelho de hoje "um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna? Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”.
Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Ao que o Senhor contou a Parábola do bom Samaritano mostrando que a fé não é teoria, nem fruto do conhecimento da Lei, pois isso, o sacerdote e o levita tinham de sobra, porém, nada fizeram pelo homem que foi assaltado e quase morto.
No entanto, o Samaritano que era tido como insano e à margem da Lei, teve compaixão do homem ferido e lhe prestou socorro livrando-o da morte; desse modo, concluiu o Senhor: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa." Ou seja, a fé é a prática das virtudes eternas, e não apenas o conhecimento delas.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.