PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,17-19)(08/06/22).
Amados irmãos e amadas irmãs, a fé nos leva a experimentar a presença de Deus em nós e naqueles que o encontram pela obediência à suas leis, como nos ensinou são João: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos." (1Jo 5, 2-3).
Com efeito, quando Deus deu a Moisés as duas Tábuas de Pedra com os seus mandamentos escritos, o fez como evidência da sua presença nos falando diretamente, pois, são sua voz escrita, para que todos os que a proclamam e praticam fielmente tornem-se seus autênticos porta-vozes. Por isso, é preciso compreender que o sentido mais profundo das suas leis é conhece-lo, ama-lo e servi-lo de todo coração.
Comentando esse Evangelho disse o Papa Emérito, Bento XVI: "Quando o Senhor Jesus ensinou as multidões, ele não deixou de confirmar a lei que o Criador tinha inscrito no coração humano e tinha então formulado nas Tábuas do Decálogo.
Jesus, contudo, mostrou-nos com uma nova clareza o centro unificador das leis divinas reveladas no Sinai, nomeadamente o amor de Deus e do próximo: 'Amar [a Deus] com todo o teu coração, com toda a tua mente e com todas as tuas forças, e amar o teu próximo como a ti mesmo vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios'" (Mc 12,33).
De fato, Jesus na sua vida e no seu Mistério Pascal levou a cumprimento toda a lei. E ao unir-se a nós através do dom do Espírito Santo, leva conosco e em nós o "jugo" da lei, que assim se torna uma "carga leve" (Mt 11, 30).
Neste espírito, Jesus formulou a sua lista das atitudes interiores daqueles que procuram viver profundamente a fé: "Bem-aventurados são os pobres em espírito; os que choram; os mansos; os que têm fome e sede de justiça; os misericordiosos; os puros de coração; os pacificadores e os perseguidos por causa da justiça. (cf. Mt 5,3-12)." (Bento XVI - Santa Missa em Varsóvia, 26/05/06).
Portanto, caríssimos, a Lei de Deus é caminho de perfeição que nos leva à perfeita comunhão com o Senhor Jesus e entre nós que o seguimos rumo ao Reino dos céus. Destarte, que seja esse o nosso único sentido de vida, pois, o nosso viver neste mundo é expressão do nosso devir (vir a ser) eterno.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.