Jesus, o Carpinteiro

Marcos 6.3

Quando duas pessoas estão se conhecendo é comum perguntar em que trabalha e caso haja liberdade e confiança até se pergunta onde trabalha. A nossa ocupação é algo que toma boa parte da nossa vida, toma pelo menos oito horas do nosso dia e há quem fique mais tempo trabalhando do que em repouso. Esta realidade também ocorreu com as pessoas descritas na Bíblia, que tinham suas ocupações, desde a mais simples e humildes até posições altas no governo local.

E quanto a Jesus? O que a Bíblia diz de sua ocupação? A única menção a trabalho na família de Jesus encontra-se no evangelho de Marcos capítulo 6, em seus versículos iniciais. Nos outros evangelhos não há menção da ocupação de José nem de Jesus. Não é coincidência que isto ocorra em Marcos, que é conhecido pelo evangelho da obra de Jesus e sua missão de servir. A menção ocorre de forma aparentemente pejorativa após Jesus ensinar na sinagoga em Nazaré, que causou espanto de todos e também a indagação: Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, Judas e Simão? O povo ali presente achou um absurdo um simples carpinteiro ter tanto conhecimento e autoridade.

A palavra em grego para carpinteiro é tekton e está relacionado com artesão, mais especificamente com madeira. Jesus deve ter exercido a profissão junto com José e depois que este faleceu continuou no negócio até iniciar seu ministério, que aliás também contou com profissionais da área da pesca e também um coletor de impostos. Estes largaram a profissão para servir junto com Jesus.

Muitos perguntam como conciliar a vida profissional com o evangelho de Cristo. É preciso largar? É suficiente o serviço na igreja no final de semana? Muito tem se falado de trabalhar com profissionalismo e seriedade para que justamente o cristão seja sal e luz. Já diria o apóstolo Paulo: Fazei tudo para a glória a Deus (1 Coríntios 10.31), aliás, o apóstolo era fabricante de tendas, o qual exercia com frequência.

Voltando a referência bíblica da profissão de Jesus, pode se constatar que a valorização de uma ocupação em relação a outra já ocorria desde os tempos muito antigos. Para o Senhor Deus todas as ocupações tem importância, afinal o que Ele vê é o coração, conforme conhecemos da história de Davi, o pastor de ovelhas que foi escolhido rei, sendo que seus irmãos serviam no exército. A diferença é que Davi foi escolhido pelo coração que tinha e não pelo que fazia. Oremos para que nosso trabalho glorifique a Deus e que o Carpinteiro Jesus faça um trabalho excelente dentro de nós, a começar por abrir a porta para Ele.

15/03/22