PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(07/03/22)
Caríssimos, a nossa comunhão com a vontade de Deus, é tão necessária para nos manter em estado da graça que se assemelha ao ar que respiramos, visto que sem ele e os outros elementos naturais não existe vida. De igual modo, sem a graça de Deus nada somos nada podemos por nós mesmos; daí a necessidade de busca-lo pela nossa obediência aos seus preceitos, porque esse é o meio pelo qual nós o encontramos e Nele permanecemos dando os frutos da sua presença em nossa vida.
Com efeito, após a queda dos nossos primeiros pais, o pecado entrou em nossa natureza e com ele entrou a desordem e a incapacidade de governar dignamente a nossa vida, desse modo, somente mediante a remissão dos nossos pecados realizada pelo Senhor Jesus por sua morte de cruz, é que voltamos ao estado de graça original, isto é, à comunhão com a vontade de Deus, para que pela obediência a nós restituida permaneçamos unidos a Ele em todos os sentidos da nossa vida.
A liturgia de hoje nos apresenta uma série de preceitos cujo fundamento é o amor fraterno único meio de experimentarmos o amor de Deus. Aliás, bem como o Senhor Jesus nos ensina no Evangelho de hoje: "Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!" Ou seja, "o amor ao próximo como a si mesmo", traduzido pelas obras de misericórdia, é o único critério exigido no dia do juízo final.
De fato, num mundo repleto de pecados como o nosso, o que fazer para evitar a perdição eterna das nossas almas? A resposta à essa pergunta se encontra nesta exortação de são Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé."
(Gl 6,7-10).
Portanto, caríssimos, reforçando a nossa prática quaresmal, escutemos ainda esta outra exortação de são Paulo: "Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor." (Cl 3,17.23-24).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.