Os Irritantes

 

            Existe uma ordem de pessoas que nasceu para irritar o próximo. São elementos que se comprazem ao nos tirar a paz. Sádicos, e com um forte dom para nos desestabilizar, ignoram o sentimento alheio e a perfídia na qual vivem reluz a seus próprios olhos.

            Convicto na força das relações humanas e na capacidade telepática (ou mental) de atraí-los para o nosso convívio, gostaria de criar um meio de ignorá-los. São tenazes, não descansam enquanto seu alvo não é atingido, ou seja, desestabilizar o humor de qualquer um ao seu alcance.

            Sua atitude somente é justificada pelo seu baixo conteúdo moral. Desprezam que a felicidade consiste em um doar de energias positivas a todos que nos cercam, tornando o ambiente aprazível. Mergulham, assim, voluntariamente, em um círculo de convivências que gera múltiplos desafetos.

            Mas mesmo esses possuem aqueles que deles gostam – ninguém parece ser 100% desprezível o tempo todo. Existem pessoas que admiram, seja por interesse ou por que algo nelas lhes desperta afeição, temor, ou respeito. Tendem a desprezar os desiguais, pessoas nas quais não vêm qualidades, ou cujas qualidades não aprenderam a admirar, desse modo, usam de todas as armas para tornar a vizinhança receptiva aos seus ataques.

            Sei que o poder da oração é alardeado por muitos, provavelmente funcione ao enviar sinais de paz, de amor, de receptividade. O que poderá acontecer é que nos tornemos mais tolerantes quanto à ação negativa de tais indivíduos, no entanto, a natureza íntima dos mesmos só irá se modificar quando quiserem fazê-lo. Vale, quando diante dos mesmos empregar a sublime máxima do Cristo: “virar a outra face”; quando o que queríamos era virar-lhes a mão na bochecha. Tal alternativa nos reportaria à barbárie, sendo inadmissível ao cristão.

            Quando sou assediado por um deles, procuro notar se a questão é pessoal ou se o indivíduo possui um campo de ação mais amplo. Fico sempre surpreso ao notar que tais pessoas atiram para todos os lados, agindo, indiscriminadamente, na perturbação da paz. Li, certa vez, que existem bons e maus gafanhotos. Os maus agitam os outros com suas asas e estimulam-lhes o apetite e a voracidade. Os bons, ao contrário, possuem substâncias que acalmam os demais. Infelizmente os maus geralmente triunfam e a maioria acaba devorando plantações inteiras.

            Sejamos o contrário e, quando irritados, procuremos refúgio nas orações e boas vibrações, não permitindo que a ira nos domine. É uma lição de aprendizado difícil, mas indispensável à nossa evolução espiritual.

           

            Boa Semana!