OS CATÓLICOS E A SAÚDE PÚBLICA

Padre Zezinho. SCJ

A distribuição de camisinhas, as laqueaduras, o Diu, e outros serviços de saúde pública colocam para os católicos e para outros grupos cristãos mais um problema a ser enfrentado. Vivemos numa sociedade onde a pregação das igrejas é permitida, mas não chega a interferir em muitas políticas públicas. Nada estranho, um vez que as divergências já começam no Congresso, onde as práticas e os atos de corrupção de muitos representantes do povo destoam de maneira gritante da proposta cristã de servir sem usufruir dos bens do povo.

Seja como for, cabe ao católico discordar e fazer uso dos instrumentos a seu dispor para que na nossa democracia nem tudo seja permitido. Outros defendem leis que resolvam seus problemas e suas crenças. Nós temos o mesmo direto. Saberemos fazê-lo sem ferir a caridade, a moral católica e a democracia? Aí está o desafio. Não calar, mas, ao falar, saber discursar sem perder o rumo do debate. Que país os outros querem? Que país queremos nós? Que leis aprovamos e que leis desaprovamos? Como discordaremos? Os outros se fazem ouvir. Nós temos o mesmo direito. Amanhã se vencerem eles resta-nos a certeza de que não nos omitimos em defesa do que para nós tem outros valores.

A saúde pública no Brasil está nas mãos de muitos que não aceitam a doutrina católica sobre a vida, a concepção e a vida íntima do ser humano. Também são filhos de Deus, mas não pensam em Deus como nós, nem concluíram, como concluímos, pela sacralidade da vida, do corpo ou das relações amorosas. Cabe a eles e a nós manifestar o que pensamos. O amanhã talvez não seja nem como eles e nem como nós queremos, mas que seja mais responsável do que agora.

Quando uma adolescente de 13 anos aparece com camisinha na bolsa e diz que a recebeu num posto de saúde, onde ninguém lhe perguntou pela idade, é hora de falar. Acusam-nos de frear demais, mas parece que muitos deles andam acelerando em excesso. Nos dois casos, a família pode capotar.

FONTE:- Jornal “O São Paulo” Edição de 23/10/2007

Antônio Oliveira
Enviado por Antônio Oliveira em 19/11/2007
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