VIGÍLIA DO NATAL DO SENHOR (Lc 2,1-14)(24/12/21)

 

Caríssimos, olhando para este mundo devastado pelo pecado, pensamos que realmente não existe solução alguma para ele, no entanto, ao contemplarmos o menino Jesus nascido da Virgem Maria, vemos nele Deus conosco, isto é, Deus que se fez homem para nos libertar do pecado, da morte e do inferno, é esse o verdadeiro sentido do Natal do Senhor.

 

Com efeito, são Paulo na segunda leitura, descreve a vinda do Senhor Jesus como "a graça de Deus que se manifestou trazendo a salvação para todos os homens". Por que a vinda do Filho de Deus é a maior graça que recebemos? Porque Deus não depende de nós para nos amar, no entanto, nos amou olhando para a nossa miserável condição, teve compaixão, e veio nos salvar.

 

Sabemos que neste mundo para se obter algum bem, precisamos dar alguma coisa em troca; ao contrário, na economia da salvação, o amor de Deus é inegociável, ou seja, Ele nos ama gratuitamente, cabe a nós ama-lo de igual modo, sem jamais ofende-lo, porque Ele nos ama sempre e jamais nos ofende.

 

Desse modo, compreendemos que o Natal do Senhor Jesus, é a certeza da gratuidade do amor de Deus por nós, e a sua comemoração a cada ano, é a atualização da obra da nossa redenção, ou seja, é Deus nos dizendo: "Vos amo e vos amarei sempre, porque sois preciosos aos meus olhos." Em outras palavras, o Seu amor e o seu jeito de nos amar nunca muda, por isso, é paciente e espera a nossa conversão até que voltemos para Ele de todo o nosso coração.

 

"No século V, são Leão Magno, na homilia da Virgília do Natal, disse: “Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida!”

 

E disse ainda: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade! Não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra de que cabeça e de que corpo és membro. Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne!”

 

Destarte, um feliz e santo Natal do Senhor Jesus para todos, pois, com o seu nascimento, recebemos por ele a graça da felicidade eterna!

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.