O rosto de Cristo no Irmão

 

Jesus, em uma passagem evangélica se revela, colocando-nos diante de um enorme compromisso. O compromisso do amor.

Segundo Mateus ( 25, 31;46 ) Jesus diz que tudo o que fizermos aos pequeninos é a ele que o fazemos. Por outro lado, tudo o que não fizermos, também será a ele que estamos deixando de fazer.  São palavras comprometedoras e que certamente, exige de nós uma profunda comunhão com Deus.

Será que é mesmo difícil praticar estas palavras de Jesus? Pois bem, se analisarmos que tudo o que fazemos é a Jesus que o fazemos e conseguirmos ultrapassar os olhos humanos e passarmos a enxergar com olhos espirituais, perceberemos que não é difícil pratica-las, pois, poderemos nitidamente ver o rosto de Cristo em nosso irmão. Porém, se não conseguirmos ultrapassar a visão humana dificilmente faremos o que Jesus nos pede, pois sempre veremos o outro segundo nossa carne.

Quando lemos determinados textos evangélicos, ficamos repletos de alegria vemos um Jesus maravilhoso, amigo, que nos proporciona ficar horas e horas ouvindo, lendo seus ensinamentos. Porém, há determinados textos que se pudéssemos rasga-los, isto faríamos, pois são palavras difíceis de aceitarmos, de compreendermos e vive-las.

A humanidade do homem não permite que entenda ou aceite determinadas atitudes e comportamentos diante certas realidades as quais ele encontra diariamente. Nosso egoísmo, orgulho, vaidade são barreiras difíceis de serem transpostas. Temos grandes dificuldades em domesticar o homem que existe dentro de nós, por isso, que temos dificuldade em aceitar os projetos que  Deus tem para nós.

Se não deixarmos ser envolvidos pela graça de Deus. Se não envolvemo-nos profundamente na dimensão espiritual, por mais que lutamos, por mais que queremos comprometer-se, sempre seremos surpreendidos pelo cansaço, desanimo ou seduzidos pelas forças humanas, ou do mal.

Quando compreendemos que tudo o que fazemos está ligado ao tronco que é Jesus. Tudo por Ele, com Ele e Nele, então percebemos que seus ensinamentos são fáceis de se realizarem, pois, não somos nós mais quem fazemos, e sim ele que faz em nós.

Quando lemos a passagem de Mateus acima, podemos perceber nossa verdadeira atitude de discípulos. Jesus se apresenta no pequenino, no órfão, na viúva, nos miseráveis e esquecidos. Nossa reação a estes é que certamente mostrará nosso crescimento, nossa fé em Jesus. O evangelho é muito claro e não deixa duvidas, nem muitas interpretações. Seremos julgados pelo amor ao próximo, pois é no próximo que Jesus, de modo particular, também se revela.

Neste evangelho vemos claramente que não basta dizer Senhor, Senhor, não basta dar o dizimo segundo o costume. É importante acolher o Cristo sofredor que está no excluído, no marginalizado, no abandonado, no doente. É preciso reconhecer Jesus em seu calvário, em seus momentos de flagelação, de abandono diante os seus.

Certamente, quando apresentarmos diante de Deus, veremos o filme de nossa vida e as pessoas as quais acolhemos ou viramos a face. Somente que não serão o rosto das pessoas de outrora, mas sim, o de Jesus sofredor.

Que esta mensagem escrita por Mateus, possa ter a força transformadora em nós, provocando uma mudança de pensamento e de atitudes diante daqueles que vivem ao nosso  redor.


Escritor & Poeta
Autor do livro: O Abraço do Pai
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Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 21/11/2005
Reeditado em 25/09/2016
Código do texto: T74083
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