Sol. de Cristo Rei do Universo (Jo 18,33b-37)(21/11/21).
1. Amados irmãos e amadas irmãs, neste dia soleníssimo a Santa Igreja celebra o Reinado Universal de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como são Paulo nos ensinou: "Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor." (Fl 2,9-11).
2. Ora, a nossa participação no seu Reinado se dá mediante a nossa adesão total a Ele num amor incondicional seguindo-o fielmente à toda prova...
3. Para isto se faz necessário a vivência de todos as virtudes eternas que o Senhor nos comunicou por meio do batismo que Dele recebemos no seio de Sua Santa Igreja...
Meditemos, então, com amor e devoção a homilia desta solenidade...
Caríssimos, com a Solenidade de Cristo Rei do Universo, o ano litúrgico chega ao fim celebrando solenemente nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho amado de Deus, aquele que tem todo poder sobre o céu e a terra. Ora, o Senhor foi enviado pelo Pai para nos libertar definitivamente do poder do maligno, da escravidão do pecado e da morte que até então reinava soberana.
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus foi interrogado pelo até então Governador Romano da Judeia, Pôncio Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” Com efeito, essa pergunta de Pilatos é um tanto estranha pelo fato de que o Senhor, mesmo sendo rei, não se apresentou como rei, mas sim como servo de todos; de fato, o seu poder não vinha das armas, mas da Palavra que cura, salva e faz feliz os que o ouviam e seguiam fielmente.
Proseguindo o interrogatório, Pilatos se esquiva: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. Ora, quanto amor nesta resposta, pois, um homem que interroga Deus e recebe Dele tão profunda revelação era para cair em êxtase e acolher o seu reinado.
De certo, revendo a trajetória do Filho de Deus neste mundo, percebemos que por onde passou semeou o amor do Pai por meio dos sinais que realizava e que revelavam que Ele era o Messias esperando pelo povo eleito e por toda a humanidade. De fato, o seu Reino de amor e justiça está consolidado, pois, não existe neste mundo criatura alguma que não o conheça ou que não ouviu falar do seu nome, de modo que, podem até não o aceitar, todavia, jamais se libertarão sem a sua intervenção.
Portanto, caríssimos, o diálogo entre a humanidade e Deus, representado pelo diálogo entre Pilatos e Jesus, nos mostra que somente a verdade que é Cristo nos liberta, mas não sem a nossa adesão. De fato, Pilatos o condenou à terrível morte de cruz mesmo sabendo que o Senhor era inocente e que era Rei não de um reino temporal, mas sim, do Reino que não tem fim.
Destarte, a seguir são João nos mostra que Aquele que foi julgado pelos homens um dia os julgará: "Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,19-21).
Conclusão:
Amados irmãos e amadas irmãs, qual deve ser a nossa conduta de vida na participação do Reinado de nosso Senhor Jesus Cristo? Com efeito, são Paulo nos ensina isso com precisão: "Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.
Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem." (Tito 2,11-14).
Que o Senhor Jesus nos conceda a graça da perseverança final, para que sejamos acolhidos entre os seus eleitos no Seu Reino como Ele mesmo disse: "Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo." (Mt 25,34).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.