PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,11-28)(17/11/21)

 

Caríssimos, não podemos perder para o medo os talentos que de Deus recebemos para multiplica-los partilhando-os uns com os outros; neste sentido tudo o que temos e vivemos não apenas em termos materiais, mas principalmente no que diz respeito aos bens espirituais: amor, misericórdia, bondade, mansidão, justiça, caridade e todas as outras virtudes eternas, devemos distribuí-los e multiplica-los para a salvação de todos.

 

Ora, quem vive neste mundo sem um objetivo eterno a única coisa que espera é a morte, por isso, muitos seguem este pensamento egoísta: "A vida é curta, tiremos dela o máximo proveito que podemos." E no entanto, esse "máximo proveito" não passa de comodismo e frustração. Por outro lado, quem firma as bases da sua vida nas Palavras do Senhor Jesus, tem motivo de sobra para testemunha-lo, multiplicando os talentos recebidos, e jamais os enterrando por conta da própria inércia.

 

Sem dúvida alguma a vida vivida sem a prática da caridade fraterna e as obras de misericórdia, se torna um peso difícil de carregar por conta do comodismo, da ambição, e do querer tirar proveito de tudo e de todos; e com isso, termina-se caíndo no pecado das "facilidades" que este mundo oferece, mas que depois cobra um preço muito alto, como vimos com o servo mau e preguiçoso da parábola contada por Jesus no Evangelho de hoje.

 

De fato, estamos acostumamos 

a receber, e isso nos alegra muito; no entanto, são Paulo nos ensina: "Que há maior alegria em dar do que em receber". (At 20,35). E quando descobrimos isso na prática percebemos que nada possuímos, porque tudo o que somos e temos recebemos para multiplica-los em favor de muitos, como nos ensinou o Senhor: "Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos." (Mc 10,45).

 

Portanto, caríssimos, podemos concluir esta meditação de hoje com as palavras de são Paulo aos Efésios: "Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." (Ef 2,8-10).

 

Destarte, lebremos que, ou somos providência de Deus para os outros ou eles são para nós em nossas necessidades, de modo que nenhum ser humano pode dizer que nunca precisou de ajuda, e por isso, jamais pode se omitir em ajudar quando for preciso (cf. Tg 4,17), no entanto, façamos isso com discernimento para evitarmos todo tipo de exploração indevida. (cf. Gl 6,7-10). 

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.