Dedicação da Basílica de São João de Latrão(Jo 2,13-22)(9/11/21)

 

Caríssimos, "Segundo uma tradição do século XII, celebra-se neste dia a dedicação da Basílica de São João do Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de Rito romano, com o fim de honrar a Basílica que é chamada “mãe e cabeça de todas as igrejas da Urbe e do Orbe e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia, “preside a assembleia universal da caridade”. (Liturgia das Horas).

 

Com efeito, esta liturgia de hoje nos dá o perfeito entendimento de que o Templo é um lugar sagrado onde Deus se encontra com seus filhos e filhas numa convivência plena de graças e bênçãos, por isso, não podemos permitir que ele se torne uma casa de comércio ou lugar de interesses mesquinhos tirando-lhe o sentido do verdadeiro encontro com Deus, por Seu Filho, Jesus Cristo, na graça do Espírito Santo.

 

Aliás, na primeira leitura e no Evangelho de hoje, o Senhor nos ensina que somos Templos vivos de Deus, e pela obediência à Sua Divina Palavra, o recebemos em nossas almas, o adoramos e o glorificamos de todo o nosso coração, e Nele permanecemos até que nos conduza à vida eterna aonde o veremos face a face (cf. 1Jo 3,1-3).

 

De fato, os judeus não entenderam por que o Senhor Jesus fez um chicote de cordas e expulsou os vendilhões do templo e seus apetrechos, no entanto, Ele foi bem claro no seus gestos e palavras: "Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” Ora, a Igreja é a casa de Deus, por ela, Ele nos deu o santo batismo que nos tornou seus filhos e filhas; e todos os outros Sacramentos; e nos deu também todos os ensinamentos para nos preparar para o encontro definitivo com Ele no Seu Reino.

 

Portanto, caríssimos, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo e nós somos os seus membros, por isso, não podemos falar da Igreja como uma mera organização humana, pois, se assim o fosse ela certamente não existiria mais; também não podemos falar da Igreja como se não fôssemos a Igreja, porém, perguntamos que tipo de igreja somos? 

 

Destarte, a Igreja é Cristo e Cristo é a Igreja, por isso, ela é Santa; todavia, depois de recebermos dela todas as graças e bênçãos se não formos santos, nós seremos os únicos culpados.

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.