Homilia do XXXII Dom Tempo Comum (Mt 5,1-12a)(07/11/21)
Caríssimos, nós humanos desde os tempos mais remotos tendemos olhar mais a aparência do que o interior, por isso, com precisão disse o Senhor ao Profeta Samuel: "O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração." (1Sm 16,7). De fato, a Sabedoria Divina criou duas belezas, uma externa e outra interna; no entanto, é a interna que revela quem somos, desse modo, quando a externa reflete a interna, ela, outrosim, é também transparência do que somos.
As leituras desta liturgia de hoje nos ensina que a nossa relação com Deus tem como fundamento a fé e o amor que lhe dedicamos certos de que Ele é fiel e cumpre sempre tudo o que diz; por isso, precisamos nos manter na sua presença evitando todo tipo de apego ou interesses a fim de que somente a Sua Santa Vontade seja realizada em nossa prática de vida.
Com efeito, ela ainda nos ensina que os bens deste mundo existe em função do bem de todos e somente com esta finalidade, porém, quando os homens tiram deles esta função, por conta do egoísmo, interesses pessoais, ganância, cobiça pelo poder, etc. Eles se tornam instrumentos do mal que os leva a cometer os piores pecados: "Devassidões, roubos, assassinatos,
adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez."
Na primeira leitura e no Evangelho de hoje, vemos os exemplos de desapego e confiança inabalável em Deus, por parte de duas viúvas; a primeira socorre o Profeta Elias com o pouco que tinha pra sobreviver, ao passo que, por sua generosidade e prontidão o Senhor não lhe deixou faltar nada. A outra ofereceu ao Templo o pouco que possuía para sobreviver; e como Deus não olha a quantidade, mas a generosidade do coração, também não lhe deixou faltar nada.
Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus para nos conceder a graça da renúncia de tudo o que nos prende a este mundo e também nos livre das tendências e modismos que tira de nós o tempo que deveríamos dedicar à leitura/escuta da Palavra de Deus; da oração como encontro e diálogo com o Senhor para assim pormos em prática as suas divinas inspirações.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.