O ESTREITO ACESSO ÀS MANSÕES CELESTIAIS
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” (Mt.7:13,14).
A caminho de Jerusalém, Jesus percorria cidades e vilas pregando e ensinando. Sempre solícito respondia a todos que se aproximava d’Ele com alguma dúvida. No sermão conhecido como o Sermão da Montanha ilustra acerca sobre dois acessos e duas portas. Um conduz ao céu e o outro a um profundo abismo. O senhor começa dizendo que o acesso para a salvação é através de uma porta estreita e é necessário muito esforço para ultrapassá-la. Esforço?!?! Sim, esforço. Mas a salvação não é pela graça? Porque tenho que me esforçar? Não é somente ter fé em Jesus para ser salvo? Em que tenho que me esforçar?
Olhando mais atentamente para o versículo base deste texto percebemos que muitas pessoas tentarão passar pela porta estreita, mas não conseguirão. Porque não conseguirão o seu intento? Em primeiro lugar, a porta é muito estreita, sendo assim a dificuldade é maior. Em segundo lugar, é necessário resolução e muitos desistirão, pois, mesmo estando no caminho certo e diante da porta certa, diante da multidão que está lutando para ultrapassá-la, muitos, sem forças, abandonarão seu alvo.
Se há uma aglomeração diante da porta estreita é porque algo os atraiu. O Senhor Jesus Cristo afirmou em JO 12:32, que, quando Ele fosse levantado, na cruz do Calvário, atrairia todos para Ele mesmo. E, de fato, quem não é atraído por Jesus? Quem não é atraído pelo gozo celestial? Todos querem ir para o céu. Se não fosse assim ninguém perderia tempo em se esforçar diante de uma porta estreita sem que nada o esperasse do outro lado. Entretanto, não deveria ser a porta larga e o caminho espaçoso passagem para o céu? O Senhor Jesus afirmou que o acesso ao interior da porta que conduz ao descanso eterno é o estreito. Ele sabe o que diz. Compete a nós lutar para ultrapassarmos o caminho indicado por Ele.
Na verdade o caminho estreito funciona como um desafio para os indecisos e desanimados porque, quando estes se aproximam da porta e vendo uma grande multidão diante dela se esforçando para ultrapassá-la, desistirão facilmente, frustrados e derrotados. Mas é assim mesmo que muitos se posicionam diante da pessoa do Senhor Jesus Cristo. Tem consciência que Ele é o Salvador, que morreu pelos nossos pecados e que não há outro caminho seguro para os céus a não ser através de Jesus Cristo, porém, acham muito difícil seguir o evangelho, pois, há a necessidade de renunciar muitas coisas que, na verdade, lhes são prazerosas e, não desejando se esforçar para renunciá-las, apesar de chegarem à porta da salvação, desistem. Somente os de ânimo forte, os destemidos, os corajosos perseveram, com muito esforço, para ultrapassar a porta estreita da salvação. Os tímidos desistem facilmente. Sim, passar pela porta estreita requer muito esforço, no sentido de que, se alguém se decidir passar por ela lhe é imposto um rompimento com tudo que fica do lado de fora. É a coragem e o esforço da renúncia.
Outro fator importante é que esta porta está aberta por tempo limitado. O Pai de família é quem vai cerrar a porta. Quando a porta for fechada o desespero irá tomar conta de quem ficou do lado de fora e a autoridade do Pai de família será reconhecida: “Senhor, Senhor!” Quando a porta se encontrava aberta não havia este reconhecimento. Lembramos a história de Noé, enquanto ele fazia a arca por ordem de Deus, só ouvia zombarias, mas, quando o dilúvio caiu e o próprio Deus cerrou a arca, houve um grande desespero, mas, era tarde.
Observamos também que o Pai de família só se levanta para fechar a porta. Enquanto ela se encontra aberta os corajosos e destemidos se esforçam para ultrapassá-la. Quão grande será a frustração daqueles que, ficando do lado de fora, ouvir do Pai de família: “Não vos conheço...” Ouvir palavras tão duras como estas diante de uma porta fechada, sabendo e que o Pai de família é o próprio Deus, não é de fácil compreensão. Que o Senhor tenha misericórdia desta humanidade que caminha a passos largos, pelo caminho largo, se aproximando da porta larga, para mergulhar num abismo profundo. A grande frustração de quem volta atrás diante da porta estreita é de se enganarem dizendo que conhecem a Deus. Quando o Pai de família, diante da porta estreita, diz que não conhece aqueles que estão do lado de fora, estes argumentam que O conhecem, dizendo: “Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” (Mt. 7: 22). Contudo Ele lhes diz: “Não vos conheço...” Uma aproximação superficial de Deus não é garantia de salvação.
Deus é Espírito e requer dos seus adoradores, adoração em espírito e verdade. O Pai de família não viu determinação nos que ficaram de lado de fora da porta estreita. Os papéis agora se inverteram, antes era o Senhor Jesus Cristo quem batia à porta do coração do homem, porém, esta permanece fechada: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apoc 3:20), agora vemos os homens batendo à porta dos céus e esta está fechada.
Entretanto, este é um evento futuro, a porta de acesso aos céus permanece aberta e Deus aguarda os corajosos se esforçarem para ultrapassá-la. Após ultrapassarem terão a liberdade de entrarem e saírem da presença de Deus, pois o Senhor Jesus é a nossa porta de entrada às mansões celestiais: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará e sairá, e achará pastagens"